Na GloboNews, entrevista de Jair Bolsonaro vira UFC

O pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) tem provocado polêmicas em suas entrevistas antes do período eleitoral. Nesta sexta-feira (3), o político participou do especial da GloboNews que, nesta semana, entrevistou postulantes ao Palácio do Planalto nas Eleições 2018.

A entrevista, no entanto, acabou sendo marcada por muitas tretas, obrigando, inclusive, o Grupo Globo rebater uma afirmação do candidato. Durante o programa, ele causou com Merval Pereira, foi confrontado por Andreia Sadi, levou vários “foras” de Miriam Leitão e conseguiu tirar do sério o sempre calmo Gerson Camarotti, com quem protagonizou os embates mais duros, atesta o Terra.

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Num dos momentos, o político disparou para Leitão, ao responder uma pergunta sobre economia: “Imagine que nós vamos casar, aí a gente casa, e eu nego fogo para você…”. A apresentadora, então, respondeu: “Candidato, não perguntei sobre casamento, mas sobre economia”.

Na GloboNews, entrevista de Jair Bolsonaro vira UFC e termina com Grupo Globo rebatendo o candidato

Um dos pontos altos da entrevista ficou para quando Bolsonaro atacou Roberto Marinho. A mediadora, então, reproduziu ao vivo uma nota elaborada pelo Grupo Globo para rebater as afirmações do presidenciável de que, em editorial de 1984, o fundador do conglomerado, reconheceu que o jornal “O Globo” apoiou editorialmente o golpe militar de 1964.

O deputado federal deixou de citar, no entanto, um novo editorial, publicado pelo jornal em 2013, em que o grupo reconheceu que o apoio ao golpe “foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais no período, que decorreram desse desacerto original”.

Soprado no ponto, o texto foi lido por Miriam Leitão, visivelmente desconfortável com o fato de ter que repetir as palavras. “Em relação às declarações do candidato Jair Bolsonaro sobre O Globo em 1964, o Grupo Globo emitiu a seguinte nota: ‘o candidato Jair Bolsonaro disse há pouco que Roberto Marinho, em editorial de 1984, afirmou que participava do que chamava de revolução de 64, identificado com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas. É fato, como todos os grandes jornais à época, com exceção do Última Hora. O Globo apoiou editorialmente o golpe com o objetivo reiterado de Roberto Marinho, 20 anos depois. O candidato Bolsonaro esqueceu-se, porém, de dizer que em 30 de agosto de 2013 O Globo publicou um editorial em que reconheceu que o apoio ao golpe de 64 foi um erro. Nele, o jornal disse não ter dúvidas de que o apoio pareceu, aos que dirigiam o jornal na época e viveram aquele momento, a atitude certa visando ao bem do país. E finaliza com essas palavras o editorial: ‘à luz da história, contudo, não há porque não reconhecer hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais no período, que decorreram desse desacerto original. A democracia é um valor absoluto e corre risco e ela só pode ser salva por si mesma”, falou a apresentadora.

05/08/2018

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