Mulheres fazem caminhada em SP contra a cultura do estupro

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Centenas de mulheres se reuniram hoje (31) no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) para protestar contra casos de estupro no país. As manifestantes fazem uma caminhada pela Avenida Paulista até a Praça Roosevelt, onde o ato será encerrado. O número de manifestantes não foi informado pela organização e pela polícia.

O ato, chamado Por todas Elas, foi convocado pelas redes sociais e ocorre em diversas cidades do país.

Durante a concentração no vão-livre do Masp, algumas mulheres subiram nas pilastras instaladas no local, deram-se as mãos e seguraram, com as bocas, papéis com a mensagem de “Estupro Nunca Mais”. Um grupo sentou no chão do museu para escrever faixas e um outro grupo se reuniu para estampar camisetas com mensagens contra o estupro. Diversos homens e crianças também participaram do ato.

Algumas manifestantes gritaram “Machistas, golpistas, não passarão” e “O corpo é da mulher e ela dá para quem quiser”.

A estudante Maiara Martins, 18 anos, que participa da manifestação, disse que é preciso acabar com a cultura de que a vítima é culpada por sofrer estupro. “Todos ficamos horrorizados com o que aconteceu esta semana e vim lutar pelos nossos direitos, pelo fim dessa cultura que diz que a culpa é sempre da vítima, principalmente em caso de estupro”, disse à Agência Brasil. A jovem fez referência ao caso da adolescente, de 16 anos, que sofreu estupro coletivo no Rio de Janeiro.

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Maiara Martins contou que já sofreu assédio. “Posso dizer, com firmeza, que toda mulher já sofreu algum tipo de assédio ou vai sofrer algum tipo de assédio na vida. É horrível passarmos por essas coisas e ver que acontece com tanta frequência na vida de toda mulher”.

A jornalista Mayara Toni, 24 anos, disse que amigas próximas já sofreram algum tipo de abuso. “Eu já sofri assédio, nunca fui abusada sexualmente, mas tenho muito medo de andar sozinha à noite. Aliás, acho impossível todas as mulheres não se sentirem assim. Hoje estou aqui para lutar. Precisamos estar nas ruas para mostrar que precisamos de segurança e que não deveríamos ter medo de sair nas ruas”, disse.

Para ela, se as mulheres não se manifestarem “vão continuar achando que é normal” a violência sexual contra a mulher. “Tem muita gente tentando justificar dizendo que ela [a adolescente que sofreu estupro coletivo estava em um baile funk, que ela tinha bebido e que ela era amiga dos traficantes. Mas tem um vídeo mostrando que a menina estava desacordada, sangrando e as pessoas ainda querem justificar que isso não é estupro. Isso é cultura de estupro. A cultura de estupro precisa ser quebrada na raiz e falar que isso não é normal e precisa ser mudado”.

Elaine Patricia Cruz – Agência Brasil

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