Morte de mãe na frente da filha de 7 anos é mancha de sangue na imagem do Rio

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Christiane de Souza Andrade, de 46 anos, saiu de casa, no Estácio, para fazer compras rápidas em um mercado a poucos passos de distância, no início da noite de anteontem. Em vez de voltar com os mantimentos, perdeu a vida ali mesmo, na porta do estabelecimento, situado a pouco mais de 300 metros do Hospital Central da Polícia Militar e a 800 do Centro Integrado de Comando e Controle do governo estadual. Diante da filha de 7 anos, que ainda tentou socorrê-la, foi, segundo testemunhas, esfaqueada duas vezes no pescoço por um dos muitos usuários de droga que perambula recorrentemente pela região.

Pessoas que presenciaram o crime relatam que o homem pediu dinheiro a Christiane e ouviu uma negativa. Ele teria, então, sacado a faca, momento em que a vítima disse conhecê-lo: “O que é isso, rapaz, eu sei quem você é”. O apelo não bastou para evitar os golpes do criminoso que, em um vídeo gravado por um taxista que socorreu a dona de casa, chega a ser chamado pelo nome pela menina que presenciou tudo.

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— Ele está sempre por aqui, já cometeu outros crimes. Se você chegasse à noitinha provavelmente iria vê-lo. Depois que ele a matou, correu em direção ao Morro do Estácio — conta um catador de lixo, sob anonimato.

A Divisão de Homicídios da Capital (DH) só assumiu o caso na tarde de ontem, 18 horas após a morte. A especializada trabalha com a hipótese de latrocínio, o roubo seguido de morte, mas ainda não descarta outras linhas de investigação.
— Existem dois relatos diferentes sobre o que pode ter ocorrido — afirma o delegado Fábio Cardoso, titular da DH, sem entrar em maiores detalhes.

Ao comentar o ocorrido, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, frisou que “todo crime contra a vida mancha a imagem da cidade e é inaceitável”. O vídeo gravado pelo taxista não deixa dúvida: nele, a menina de 7 anos, desesperada e ensanguentada, implora para que a mãe não morra. Não adiantou.

Ameaças de justiçamento

Nas redes sociais, parentes e amigos da família de Christiane lamentaram a morte da dona de casa e se organizaram para encontrar o responsável pelo crime. Um amigo do filho da vítima há oito anos disse que os moradores do bairro se surpreenderam com a notícia e que estão reunindo informações sobre o criminoso:

— Temos algumas informações soltas sobre o homem. Há suspeita de que ele seja de um abrigo próximo daqui. Mas somente as câmeras de segurança das lojas vão poder dizer quem é. Nosso bairro era tranquilo. Isso foi um absurdo. O Rio não é mais maravilhoso .

Ainda segundo ele, que pediu para não ser identificado, amigos e parentes chegaram a pensar em realizar protestos na região, mas não acreditam que a medida será efetiva.

— Pensamos em fazer protesto, mas não vai resultar em nada — conforma-se.

No Facebook, vizinhos de Christiane ameaçam fazer justiça com as próprias mãos. “Não encontramos ainda, mas é questão de tempo”, diz uma das publicações, se referindo ao autor das facadas. Em outra, um amigo diz que “Temos que caçar . Sou a favor de se reunir na rua, rodar tudo e pegar esse desgraçado”.

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