Militares aturam Bolsonaro com cargos, mordomias e contratos milionários

Nunca na história deste país temos tantos militares ocupando cargos civis como no governo do ex-capitão Jair Bolsonaro. Pelas contas, são mais de seis mil nos mais diversos postos de comando do Brasil. Eles já estão em cargos-chave nas estatais, órgãos da administração direta e indireta. Onde tiver oportunidade de nomeação, Bolsonaro dá um jeito de encaixar um militar. Lembrando que Bolsonaro foi reformado (espécie de aposentadoria) à força pelo Exército, por insubordinação.

Os militares das Forças Armadas são o grupo com maior presença na esplanada ministerial do governo Bolsonaro: até o final de 2020 esse segmento ocupou 10 ministérios. Isso sem falar nos parentes deste militares e dos milhares de outros policiais aposentados e da ativa que ocupam cargos nos Estados.

Militares estão também em postos de direção ou em conselhos de administração de algumas das maiores empresas estatais do país, como Petrobras, Eletrobras, Itaipu Binacional, Telebras, Correios e Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.

Claro que todo esse ‘poder’ tem sua contraindicação. Cada vez que um contrato é assinado, deixa um rastro que pode ser investigado. Com isso, uma das maiores fake news da história do Brasil de que militar não se envolve em corrupção cai por terra.

O Tribunal de Contas da União tem 278 investigações em contratos assinados por militares de alta patente. As suspeitas investigadas vão desde desvios de alimentos, passando por fraudes em obras e até grandes desvios de combustíveis. Pelas contas, são mais de R$ 200 milhões suspeitos de irregularidades.

Ao todo, a Corte tem 2.743 processos do tipo abertos, o que faz com que as apurações contra os militares representem nada menos do 10% das ações.

No Exército, três comandos estão na mira do tribunal: Comando de Operações Terrestres do Exército Brasileiro, Comando da 11ª Região Militar e Comando da 11ª Brigada de Infantaria Leve. Na Aeronáutica o órgão investigado é o Grupamento de Apoio de Barbacena.

Humilhação pública

Bolsonaro, apesar de ter forte apoio dos militares, fora e dentro do governo, já coleciona uma série de desafetos de farda e de pijama. Recentemente, o presidente resolveu desmoralizar publicamente o vice, general Hamilton Mourão, a quem comparou com um cunhado, ‘que não pode demitir e tem que aturar’.

“O Mourão faz o teu trabalho. Ele tem um independência muito grande, por vezes atrapalha um pouco a gente, mas o vice é igual cunhado: você casa e tem que aturar o cunhado do teu lado. Você não pode mandar o cunhado ir embora”.

As rusgas de Bolsonaro com seu vice ficaram mais graves depois que foi divulgado pela imprensa que um assessor do vice estaria fomentando um plano para tirar Bolsonaro do poder e colocar Mourão no lugar. Uma conversa desse assessor com outro assessor parlamentar veio à tona e culminou com o rompimento completo entre os dois homens que ocupam os cargos de presidente e vice.

Suspeitas

Uma nota assinada pelo ministro da Defesa, general Braga Neto com ameaças veladas à democracia acendeu mais uma luz de alerta em toda a sociedade brasileira e também colocou holofotes em cima das ações do general. Ele foi responsável pela assinatura de um contrato de mais de R$ 40 milhões que é investigado em processo administrativo que corre no Governo Federal. O acordo, firmado sem licitação com a empresa estadunidense CTU Security, foi fechado em 2018, pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro, comandado pelo militar.

A CTU Security tem sede na Flórida, nos Estados Unidos. Em seu site oficial, aponta como presidente o empresário Antonio Emmanuel Intriago Valera, conhecido como Tony Intriago. Desde o início da semana, ele é investigado na Flórida por participação no assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moise, dentro do palácio do governo, em 7 de julho.

Vacinas

O general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, é investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado na tentativa de compra superfaturada de vacinas durante a pandemia.

O general também teria firmado contratos sem licitação com empresas para reformar prédios antigos e usou a pandemia como justificativa para considerar as obras como urgentes. Os indícios de fraudes foram revelados por uma reportagem do Jornal Nacional.

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