Marx Beltrão: “Estamos prontos para uma nova era do turismo brasileiro”

Em entrevista à Agência de Notícias do Turismo, o ministro Marx Beltrão faz um balanço dos Jogos e define os principais desafios para 2017

Ministro Marx Beltrão fala as expectativas para 2017. Crédito: Roberto Castro

O ano de 2016 foi especialmente importante para o turismo do Brasil com a realização da Olimpíada, o maior evento esportivo do planeta. Para colocar de pé um megaevento como este, que atraiu olhares de mais de 3,5 bilhões de telespectadores de todo o mundo, o Brasil investiu na melhoria de infraestrutura, qualificação de mão-de-obra e promoção de seus destinos. E o Ministério do Turismo teve uma participação fundamental nesse processo. Em entrevista à Agência de Notícias do Turismo (ANT), o ministro do Turismo, Marx Beltrão, falou sobre o legado dos grandes eventos e os desafios da Pasta em 2017.

ANT: Qual o balanço que o senhor faz de 2016 para o Brasil? Qual a imagem que fica em um ano em que o país enfrentou turbulências políticas e realizou os Jogos Olímpicos?

MB: Realmente este foi um ano muito intenso, mas acredito que chegamos ao final com um saldo positivo. Conseguimos enfrentar os problemas sem jogá-los para baixo do tapete. O Brasil é um país lindo, de cenários deslumbrantes e um povo muito acolhedor. Tenho certeza que avançamos e continuaremos na luta para transformar o Brasil em um dos melhores países do mundo para morar e para visitar.

ANT: Se tivesse que fazer um balanço do ano do Ministério do Turismo, quais seriam os destaques?

MB: Sem sombra de dúvidas a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos foram o ápice do ano. A megaexposição começou meses antes, com o revezamento da tocha olímpica pelo Brasil. A chama visitou mais de 300 cidades brasileiras. Foi a oportunidade para nacionalizar os ganhos de imagem e promover os destinos, além do Rio de Janeiro. No Tour da Tocha, realizamos uma chamada pública para definir os cinco roteiros beneficiados com presstrips, um para cada região do país.

Levamos jornalistas e blogueiros para conhecer roteiros especiais, com experiências únicas. Além das presstrips, nossa equipe de comunicação visitou 23 destinos que receberam a chama olímpica e produziu conteúdo multimídia para promoção dos destinos. No Rio de Janeiro, sede dos Jogos, o Ministério qualificou a mão de obra local, quiosqueiros, barraqueiros, atendentes de pousadas e hostels. Investimos na melhoria do receptivo turístico e o resultado não poderia ser outro: mais de 95% dos turistas elogiaram nossa hospitalidade.

Não posso deixar de citar, ainda, a promoção do país dentro da Casa Brasil, processo capitaneado pelo MTur e Ministério da Cultura junto com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, a atualização do Mapa do Turismo Brasileiro, o lançamento de cartilhas voltadas para o atendimento a públicos específicos – idosos, pessoas com deficiência e turista LGBT -, os investimentos em infraestrutura turística e, mais recentemente, a grande retomada das obras do PAC do Turismo.

ANT: O Brasil conseguiu aproveitar os Jogos para se promover internacionalmente?

MB: A realização dos Jogos por si só já é uma grande ação promocional. Durante os 90 dias do revezamento da tocha pelo país e nos dias em que o Rio de Janeiro sediou a Olimpíada e a Paraolímpiada, a exposição espontânea do país, dos destinos, atrativos naturais, foi altamente positiva. Mostramos ao mundo que temos uma variedade de opções além do sol e mar. Temos destinos de natureza, culturais, religiosos. Agora o desafio é transformar o ganho de imagem em geração de emprego, o desejo de retorno do turista internacional em realidade, além de fazer os brasileiros conhecerem mais os destinos domésticos.

ANT: O que esperar do Turismo em 2017? Há espaço para crescer?

MB: Ainda temos muito espaço para crescer. O Brasil é o primeiro do mundo em recursos naturais e oitavo em recursos culturais pelo Fórum Econômico Mundial. Mas para conseguir atrair mais visitantes, temos de avançar em gargalos históricos do setor. Estive com o presidente Michel Temer e conversamos sobre um pacote de medidas para destravar o setor, atraindo mais turistas e, consequentemente, gerando mais empregos e renda para o país. Ele deu carta branca para tocarmos o processo, que tem pautas importantes inclusive em parceria com outros ministérios. Vamos fazer as conversas que devem ser feitas para afinar os projetos e lançar o mais rápido possível. Acredito que, com o pacote, entraremos em uma nova fase do turismo nacional.

ANT: O orçamento do MTur vem caindo ano a ano. Como conseguir avançar com tão pouco recurso?

MB: Esse é um problema que já estamos conseguindo resolver. Começamos 2016 com o terceiro pior orçamento da Esplanada, mas desde que cheguei, em outubro, conseguimos alguns créditos e liberações de recursos para PAC, obras e promoção. O orçamento inicial autorizado para o MTur foi de R$ 235,9 milhões e vamos terminar o ano empenhando R$ 671,4 milhões.

Para o orçamento de 2017, também já conseguimos o compromisso do governo em ampliar os recursos para conseguirmos investir mais. O turismo é uma das atividades que dá mais retorno, mesmo com investimentos mínimos. Acredito que se conseguirmos passar as medidas que estamos trabalhando com o apoio da Casa Civil, esse problema de recursos estará sanado.

ANT: O MTur já traçou os projetos prioritários para 2017?

MB: O ano começa com algumas grandes discussões com o trade turístico. Estamos trabalhando na revisão da Lei Geral do Turismo e espero aprovar o texto no Congresso ainda no primeiro semestre de 2017. Outro trabalho importante que começa em janeiro é a edição do novo Plano Nacional de Turismo. Queremos trabalhar em um documento mais adequado à realidade, com metas concretas e que possam efetivamente ser alcançadas. Esse trabalho será construído em parceria com os representantes do setor, aqueles que fazem efetivamente o negócio rodar e gerar desenvolvimento econômico.

O ano de 2017 também será importante para avançarmos em políticas de estruturação de destinos e qualificação de mão-de-obra. São muitos projetos que vão colocar o turismo em outro patamar dentro da estratégia de desenvolvimento do país.

Mariana Oliveira-Ascom/MTur

 

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