Marina busca voto dos indecisos para chegar ao segundo turno

Com metade das intenções de voto do patamar que chegou a alcançar nessa corrida presidencial, Marina Silva (Rede) busca convencer o eleitorado desiludido com a política para chegar ao 2º turno. A campanha quer conquistar tanto indecisos quanto aqueles que optaram por votar em branco ou anular o voto.

De acordo com última pesquisa Datafolha, publicada em 20 de setembro, 5% estão indecisos e o votos brancos e nulos somam outros 12%. Sondagem do Ibope divulgada na segunda-feira (24), indica que brancos e nulos representam 12% e os que não sabem contabilizam 6%.

Porta-voz da Rede e coordenador político da campanha, Pedro Ivo vê chances de recuperação. “Vamos intensificar esse trabalho porque o número de indecisos é muito grande e pode reverter o quadro para eleição”, afirmou ao HuffPost Brasil, informa o MSN.

Para isso é preciso conquistar a onda de brasileiros desiludidos com a política nos últimos anos. “Tem muita gente querendo mudança verdadeira. E muitas dessas pessoas não querem votar. Esse é nosso maior desafio. Chegar a essas pessoas e dizer que sem elas participando, a tendência é ficar na polarização”, completou.

De acordo com o Datafolha, há mais mulheres do que homens sem candidato. Elas somam 51%, sendo 38% de indecisas e 13% branco ou nulo, o que equivale a 39,4 milhões de eleitoras. Segundo levantamento do instituto para o jornal O Globo sobre o perfil do grupo, 45,3% moram no Sudeste e 54% ganham até 2 salários mínimos por mês.

O perfil de indecisos coincide com o grupo alvo da ex-senadora, que tem explorado a comunicação com o eleitorado feminino. Entre os 5 presidenciáveis mais competitivos, ela é a única mulher. Além de propostas, a campanha tem destacado a imagem de batalhadora que nasceu no seringal no Acre, perdeu mãe e irmãos e sobreviveu a 3 doenças graves e a uma contaminação por mercúrio.

Nova política contra polarização

De acordo com Pedro Ivo, a estratégia é convencer que a terceira via é a melhor para evitar a vitória da polarização, em referência a Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), que lideram a disputa. “Se um dos candidatos da polarização ganhar o governo, o País estará cincido, com a divisão profunda (…) Você vai ter um extremo atacando o outro seja em qualquer situação. A gente está lutando muito para conscientizar as pessoas para evitar isso”, afirmou.

O mesmo mote tem sido adotado tanto por Geraldo Alckmin (PSDB) quanto por Ciro Gomes (PDT), ambos de olho em uma vaga no 2º turno. Na Rede, a intenção é retomar a ideia da “nova política”, movimento da ambientalista que deu origem ao partido e prega uma participação maior da sociedade nas tomadas de decisão e critica práticas tradicionais, como a troca de favores por nomeações e emendas.

Na terceira tentativa para chegar ao Palácio do Planalto, Marina viu as intenções de voto minguarem após Haddad se consolidar como substituto de Luiz Inácio Lula da Silva. Ela caiu de 12% em 5 de setembro para 6% em 18 de setembro, segundo Ibope. No Datafolha, passou de 11% em 10 de setembro para 7% em 20 de setembro.

Aliados atribuem a queda às limitações partidárias, com pouco tempo de propaganda eleitoral de rádio e TV e uma cota pequena de recursos do Fundo Eleitoral. A limitação de recursos foi um impeditivo para mais viagens e forçou a candidata a explorar a participação nos debates televisivos. “A gente está tentando compensar isso com campanha de rua, internet, criatividade”, afirmou Pedro Ivo.

25/09/2018

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