MAIO AMARELO: HGE atende mais de 1.800 vítimas de acidentes de trânsito no 1º quadrimestre deste ano

Desatenção e falta de hábitos de prevenção. Essas são as principais causas dos acidentes de trânsito registrados em todo o mundo. Em 2020, o Hospital Geral do Estado (HGE) notificou 7.224 atendimentos a pessoas feridas em vias públicas. A maioria foi de motociclistas, que não praticam a direção defensiva, ou são atingidos por outros condutores desatentos no tráfego.

O cirurgião-geral Álvaro Bulhões, também especialista em cirurgia do trauma, comenta que o atendimento as ocorrências relativas ao trânsito demandam exames de imagem, como raios-X e tomografia, cirurgias de emergência (neurologia, vascular, geral, ortopedia, entre outras especialidades), mobilização de profissionais, condições para internamento, uso de medicações e insumos.

“Mas, a pior consequência, sem sombra de dúvidas, é todo o sofrimento gerado ao paciente e aos familiares. São dores físicas, incertezas relacionadas às sequelas, afastamento do trabalho, oneração para a previdência social e risco até de responder a processo judicial. São dores de cabeça que poderiam ser extintos com práticas simples, como: respeito aos limites de velocidade, atenção às normas do trânsito, cuidado em cruzamentos, desuso do celular na direção, não ingestão de bebidas alcóolicas e outras drogas, uso dos equipamentos de proteção e calma durante a condução”, afirmou o médico.

L. F. S., de 31 anos, foi uma das pessoas que chegaram à Área Vermelha Trauma após sofrer um acidente de moto. O fato aconteceu no dia 17 de abril, em Pilar, quando um veículo cruzou sua frente de forma inesperada, causando a queda da moto. O resultado é uma fratura na perna esquerda, a necessidade de intervenção cirúrgica e o afastamento do convívio familiar, profissional e social.

“Às vezes fico triste pensando o quanto isso é injusto, porque eu estava trabalhando, ia fazer minha última entrega, quando de repente o carro cruzou a avenida que eu estava sem observar quem estava passando. Não tive tempo nem de frear e eu não vinha andando rápido. Tudo porque o motorista do carro estava sob o efeito de bebidas alcóolicas e distraído”, lamentou o paciente.

No ano passado, o HGE registrou 3.109 acidentes de moto, 2.723 colisões, 652 atropelamentos, 508 acidentes com ciclistas e 232 capotamentos. Este ano, de janeiro a abril, 1.825 ocorrências já foram notificadas, sendo 740 com motociclistas, 656 entre veículos, 209 pedestres, 165 ciclistas e 55 capotamentos. Neste mesmo período, nos primeiros quatro meses de 2020, o HGE registrou 2.110 acidentes.

“É um problema considerado de saúde pública, por isso existe a campanha Maio Amarelo, no intuito de conscientizar a população para a prevenção de acidentes. É importante reforçar que esse apelo pela prevenção ganha um significado ainda maior durante a pandemia, uma vez que os profissionais da saúde já estão sobrecarregados e o risco de se infectar com a Covid-19 é iminente”, alertou o especialista.

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