Máfia do Frango: Operação prende 7, apreende armas e mais de R$ 100 mil

Uma ação conjunta das polícias Civil e Militar denominada de “Operação Pirâmide Feudal” prendeu sete pessoas na manhã desta quinta-feira (08). Os alvos da investigação são donos de granjas localizadas em Alagoas e Pernambuco, que sonegavam impostos e cometiam crimes de corrupção passiva e ativa, além de comercializarem irregularmente aves e armas de fogo. Em uma das casas, em Arapiraca, os policiais encontraram mais de R$ 100 mil reais, além de euros e dólares.

A Operação Pirâmide Feudal tinha como objetivo desarticular três organizações criminosas que atuavam em AL e PE. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), 14 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão foram emitidos pela 17ª Vara da Capital.

Segundo as investigações comandadas pela Divisão Especial de Investigações e Capturas (DEIC), os envolvidos nas organizações criminosas comercializavam irregularmente armas e aves (frangos), além de transportarem a carga alimentícia sem os mínimos cuidados sanitários. Os suspeitos também falsificavam os documentos e sonegavam impostos.

Ainda foi esclarecido que um dos envolvidos nas práticas criminosas é o fiscal Leonardo Luiz Ferreira da Silva, da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), de Ibateguara, onde uma grande quantia de dinheiro foi encontrada em sua casa. Leonardo é foragido da Justiça.

Além do fiscal, o proprietário da granja São José identificado como José Cavalcante da Silva Júnior e o dono da Granja Santa Helena, José Rogério Gomes da Costa, em Palmeira são procurados pela polícia. Outros quatro identificados como José Cavalcante da Silva Neto, Fabricio Costa da Silva e José Diogo Vieira, estão foragidos.

De acordo com as informações, Edvanio da Rocha Nascimento, José Eduardo Gomes, Robério Alexandre Santos, Wilson Ferreira de Oliveira, Lucilânio da Silva Mota, José Rodolopho Cavalcante e Célio Coelho Gonz foram presos por diversos crimes.

Áreas de atuação

De acordo com a DEIC, os cumprimentos dos mandados ocorreram em Arapiraca, Palmeira dos Índios, São José da Tapera, Penedo, Minador do Negrão e Ibateguara. Já em Pernambuco, as buscas foram feitas nos municípios de Garanhuns e Correntes.

Em relato, os agentes informaram que em uma das casas – alvo das investigações -, eles encontraram mais de R$ 100 mil guardados dentro de um cofre.

Euros e dólares também foram achados nas propriedades dos suspeitos.

Os policiais também apreenderam diversas armas de fogo de diferentes calibres. Entre as apreensões estão revólveres, pistolas e espingardas. Além do armamento, os agentes também encontraram diversas munições.

Pirâmide Feudal

A denominação “Pirâmide Feudal” se deu devido a semelhança do esquema com a divisão de classes sociais da Idade Média, onde os mais ricos ficavam no topo da pirâmide.

No esquema, os donos das granjas estavam no topo. Eram eles que eram comparados com os reis. Os “reis” da Máfia do Frango enriqueciam através da sonegação fiscal e da falsificação dos documentos de vendas dos frangos que eram, muitas vezes, impróprios para o consumo.

Os intermediários, lobistas e negociantes também eram parte da “nobreza”. Essa classe corrompia as pessoas, sonegavam os impostos e burlava as ficalizações.

O clero era composto pelos donos das avícolas, que trabalhavam em conjunto com a nobreza do esquema e os servos – parte da base da pirâmide, ou seja, os menos favorecidos -, eram aqueles que participavam do transporte, da segurança e daqueles que, de alguma forma, cooperassem que a mercadoria chegasse a seu destino final.

A Operação

A ação foi movida por investigações da Polícia Civil e contou com o apoio dos policiais militares do Batalhão de Polícia Rodoviário (BPRv), do Grupamento Aéreo e de agentes da DEIC.

O delegado de polícia da Deic, Gustavo Xavier, e o comandante do BPRv, Tenente-Coronel Liziário Júnior participaram da operação.

Armas e uma quantia não divulgada de dinheiro foram apreendidos durante a ação policial. Segundo as informações da polícia, euros e dólares também foram encontradas nas residências dos suspeitos.

Segundo a SSP, os suspeitos e os materiais apreendidos na Operação Pirâmide Feudal foram encaminhados à sede da DEIC, no bairro da Santa Amélia, em Maceió.

A SSP ainda informou que a população é grande parceira das forças de segurança no combate ao crime organizado em Alagoas e pode contribuir com o trabalho da polícia através do Disque Denúncia. O órgão informou que as informações são de forma anônima e gratuita por meio de ligações para o 181.

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