Mãe mais odiada dos EUA, Casey Anthony rompe silêncio 6 anos após absolvição por morte de filha

Ela vive de forma reclusa na Flórida e afirma não saber até hoje o que aconteceu com a criança, que tinha dois anos.

Uma mãe que protagonizou um dos julgamentos mais polêmicos e midiáticos da história dos Estados Unidos após ser acusada de matar a filha pequena falou pela primeira vez em seis anos sobre o caso, no qual acabou absolvida pela Justiça.

Casey Anthony, hoje com 30 anos, ficou conhecida como a “mãe mais odiada dos EUA” ao responder pelas suspeitas de homicídio em primeiro grau, homicídio culposo e abuso infantil pela morte de Caylee, de dois anos, em junho de 2008.

Ao ser julgada, em 2011, ela atraiu uma cobertura comparável à do célebre caso O.J. Simpson, astro do futebol americano absolvido em 1995 da acusação de ter matado a ex-mulher e um amigo dela.

Nas seis semanas de julgamento, a Promotoria sustentou que Casey usou clorofórmio para anestesiar a criança e vedou seu nariz e boca com uma fita adesiva até sufocá-la, para depois jogar o corpo em um matagal em Orlando, na Flórida.

Já a defesa afirmou que Caylee não foi assassinada, mas encontrada afogada na piscina da casa dos avós, e que Casey e o pai – avô da menina – tentaram encobrir o fato escondendo o cadáver.

“Minha sentença foi decidida muito antes do veredito. As pessoas me consideraram culpada muito antes da minha primeira aparição no tribunal”, disse a mãe em entrevista à agência de notícias Associated Press.

As declarações causaram polêmica nos meios de comunicação dos EUA e revolta nas redes sociais. Isso porque poucos compreendem o comportamento de Casey antes, durante e depois do caso.

  O julgamento de Casey durou seis semanas e foi acompanhado por milhões de pessoas (Foto: Red Huber/Orlando Sentinel via AP, Pool, File)

O julgamento de Casey durou seis semanas e foi acompanhado por milhões de pessoas (Foto: Red Huber/Orlando Sentinel via AP, Pool, File)

Caylee ficou desaparecida por um mês até que a avó, Cindy Anthony, denunciou o sumiço para a polícia.

Durante esse período, Casey não pareceu abalada, afirmaram as testemunhas de acusação. Ela seguiu com sua vida normalmente – foi a festas e chegou a fazer uma tatuagem com a frase “Bella Vita” (“bela vida”, em tradução livre do italiano).

Quando era questionada sobre a filha, respondia que a menina estava com uma babá que nunca existiu, e chegou a dar informações falsas às autoridades sobre um trabalho fictício e um suposto pai de Caylee.

Casey foi condenada por falso testemunho, mas como já estava presa havia três anos aguardando julgamento, considerou-se que ela havia cumprido a pena. A jovem foi liberada duas semanas depois do polêmico veredito.

“Todo mundo tem suas teorias sobre o que aconteceu”, disse ela na entrevista concedida na casa onde mora na Flórida, antes de afirmar não saber até hoje o que aconteceu com a criança.

“A última vez que vi minha filha, acreditava que ela estava viva e bem – isso é o que me foi dito”, afirmou.

A aparente normalidade com que a mãe levou a vida durante o desaparecimento da menina foi muito criticada à época – segundo a acusação, ela teria matado a criança para continuar indo a festas.

“Não me importa o que as pessoas pensam de mim. Nunca importará. Estou de bem comigo mesma, durmo bem à noite”, respondeu ela à AP.

Vida reclusa

Para Josh Replogle, jornalista da Associated Press que realizou a entrevista, as respostas de Casey sobre o caso “em alguns momentos eram reveladoras, raras e contraditórias, e terminaram gerando mais perguntas do que respostas”.

A jovem hoje trabalha para um detective particular, fazendo buscas nas redes sociais e outros serviços de investigação.

“Eu gosto muito do fato de que tenho uma perspectiva única e a oportunidade de fazer por outras pessoas o que muitos outros fizeram por mim. Na verdade, gostaria de me tornar uma investigadora particular e trabalhar em escritórios de advocacia”, disse.

Casey ainda é reconhecida quando sai para bares ou festas, o que faz com que ela viva de forma mais reclusa.

“Se estivesse viva, Caylee teria 12 anos”, contou ela ao repórter.

“Eu gosto de pensar que ela iria gostar de ouvir rock clássico e praticar esportes. E seria uma menina e tanto.”

g1

09/03/2017

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