João de Deus diz em depoimento que não se lembra das mulheres que o acusam de abuso sexual

O médium João de Deus voltou a negar, nesta quarta-feira, que tenha cometido abusos sexuais contra mulheres que o procuravam em busca de cura espiritual. Em depoimento a dois promotores da força-tarefa encarregada de investigar os supostos crimes do médium, João de Deus disse que não se lembra nem mesmo das mulheres que o acusam. O depoimento começou no fim da manhã e se estendeu por 1h30. Os promotores devem apresentar denúncia contra o médium até sábado.

João de Deus foi interrogado pelos promotores Luciano Miranda Meireles e Paulo Eduardo Penna Prado. O médium é acusado de cometer sucessivos abusos contra mulheres, inclusive crianças, ao longo de décadas. Pelo menos 77 mulheres já foram ouvidas pela força-tarefa e relataram ataques do médium. Boa parte dos supostos abusos teria ocorrido no centro de atendimento em Abadiânia, informa o Extra.

Depois do depoimento, João de Deus foi levado de volta para a prisão. Segundo o advogado Alex Neder, que acompanhou o depoimento, o médium respondeu a todas as perguntas dos promotores. Antes do interrogatório, os investigadores atenderam a um pedido da defesa e permitiram que o médium conversasse longamente com Neder e com o advogado Alberto Toron, que também acompanhou o depoimento.

— O depoimento transcorreu sem qualquer problema. O João de Deus respondeu a todas as perguntas. Ele não reconheceu como verdadeiras as acusações que estão sendo feitas contra ele — disse Neder.

O número de supostos abusos pode ser muito maior do que o registrado em depoimentos até agora. Desde que o primeiro caso veio a público, o Ministério Público já recebeu 600 relatos relacionados a atuação do médium. Deste total, 260 mulheres se queixaram de terem sido vítimas de ataques sexuais. Entre as supostas vítimas, 11 vivem no exterior: 4 nos Estados Unidos, 3 na Austrália, 1 na Alemanha, 1 na Bélgica, 1 na Bolívia e 1 na Itália, conforme nota divulgada nesta quarta-feira pelo MP de Goiás. As denúncias estão sendo enviadas para o endereço: denuncias@mpgo.mp.br.

26/12/2018

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