Iteral intermedeia acordo entre movimentos sociais e massa falida do Grupo JL

Durante audiência, foi acatada por ambas as partes a proposta de cessão de 1500 hectares para a reforma agrária

Após acordo na Justiça e intermediação do Iteral, 1.500 hectares da massa falida da Usina Guaxuma serão cedidos para a reforma agrária em AL.
Após acordo na Justiça e intermediação do Iteral, 1.500 hectares da massa falida da Usina Guaxuma serão cedidos para a reforma agrária em AL.

O diretor-presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária (Iteral), Jaime Silva, participou nesta segunda-feira (20), de audiência sobre o processo de reintegração de posse da Usina Guaxuma, localizada em Coruripe, Litoral Sul do Estado.

A audiência foi conduzida pelo juiz de Direito Kleber Borba Rocha, da Comarca de Coruripe, e contou com a presença de militares do Gerenciamento de Crise da Polícia Militar e representantes de oitos movimentos sociais que atualmente ocupam a propriedade, somando mais de três mil famílias.

O magistrado Kleber Rocha ouviu todas as partes ligadas ao processo, inclusive o Iteral, que tem interesse em resolver o impasse. “O Iteral é um interlocutor entre o Governo do Estado e os movimentos sociais e essa área é de interesse do Estado, porém o Ministério do Desenvolvimento Agrário suspendeu esse ano a liberação de recursos para a compra de imóveis com finalidade para a reforma agrária, mas o Iteral e o governador Renan Filho estão batalhando em Brasília para retomar as compras, que deve ocorrer em 2017”, disse Jaime Silva.

Depois de ouvir todos os envolvidos no processo, o magistrado sugeriu um acordo entre as partes. Um dos administradores da Massa Falida do Grupo JL, João Daniel Marques Fernandes, explicou que a área precisava ser desocupada para poder ser vendida e que o acordo que havia para oferecer aos movimentos era uma área de aproximadamente mil hectares, que não servia para o cultivo da cana de açúcar.

“Temos a necessidade de fazer cumprir a lei. Há sensibilidade com relação à carência das famílias que estão ocupando o imóvel, mas é preciso que o patrimônio seja conservado para poder ser vendido. Diante disso, o acordo que podemos oferecer é uma área de mil hectares que não serve para o cultivo da cana”, disse João Daniel.

Os movimentos sociais não concordaram com a oferta e fizeram uma contraproposta de três mil hectares. “São muitas famílias que estão lá, produzindo, vivendo e torcendo para que olhem por elas e essa situação se reverta e não podemos aceitar esse acordo, queremos, no mínimo, três mil hectares”, disse Marcos Antonio, o “Marrom”, coordenador do Movimento Via do Trabalho.

O diretor-presidente do Iteral, Jaime Silva, e o administrador da massa falida João Daniel discutiram, paralelamente, um possível encontro de contas da massa falida com o Estado, já que a massa deve impostos a Alagoas, para compensar e negociar o restante da área para as famílias, aproximadamente 2,5 mil hectares.

“O Estado é um dos interessados em comprar a propriedade da Usina Guaxuma que está à venda. Vou levar a proposta do encontro de contas ao Gabinete Civil e ver a viabilidade de compensar e negociar o restante da área”, afirmou Jaime Silva.

Depois de muita discussão, o juiz Kleber Rocha sugeriu a última proposta. “Nem mil hectares nem três mil, que tal 1.500 hectares?”, sugeriu o juiz.  Com isso, a proposta que foi acatada por ambas as partes em 1.500 hectares, que serão cedidos para a reforma agrária.

A audiência foi encerrada após as partes chegarem em um consenso sobre o prazo para que as famílias que não ficaram na área de 1500 hectares desocupem o imóvel e, dessa forma, seja vendido.

Pollyanne Costa – Agência Alagoas

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