Insegurança no emprego gera queda no consumo em Maceió

Seguindo a tendência dos meses anteriores, a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou queda na capital, conforme pesquisa do Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em agosto, sétimo mês consecutivo de baixa, a redução foi de 2,1%. Em termos anuais, o consumo está 10,33% menor quando comparado ao mesmo período do ano passado.

Para se compreender a situação, o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Felippe Rocha, diz que é preciso analisar alguns indicadores sobre empregabilidade, renda e consumo. De acordo com o levantamento, em agosto não houve melhora no subindicador sobre a segurança em se manter o emprego atual, que vem caindo por setes meses seguidos. Além disso, houve queda de 4,7% na melhora sobre a perspectiva profissional, que mensura a expectativa dos consumidores em aumentarem sua renda e conseguirem uma promoção. “Esses indicadores reforçam o que vemos na prática: a insegurança acerca da manutenção do emprego está deixando o consumidor mais cauteloso”, ressalta.

Somando-se a isso o contexto geral de incertezas econômicas decorrentes da pandemia do Covid-19, a tendência é manter a aquisição do essencialmente necessário na hora das compras. “Até porque muitos que estão recebendo renda por meio de auxílios do governo já começam a sentir a necessidade de poupar para garantir a sobrevivência mais para frente, quando essa verba acabar em dezembro”, avalia Felippe.

Em relação à percepção da renda atual, mesmo nesse contexto de pandemia e com a aceleração nos preços de alguns produtos da cesta básica, como o arroz, o feijão e o óleo de soja, há a sensação de que a renda está melhor quando comparada ao mesmo mês do ano passado. “Mas não dá para se enganar: a melhora foi de 4,3% e é explicada pela adição temporária de R$ 1.045 do FGTS, ajudando a criar uma ilusão monetária nos consumidores”, explica o economista.

Mesmo com essa sensação de melhora no poder de compra, as compras a prazo caíram 2,5% comparado a agosto de 2019, enquanto os níveis de consumo apresentaram uma ligeira alta de 0,8% para o mesmo período. “Isso reforça uma recuperação gradual, mas lenta, do consumo na capital”, diz Felippe.

Analisando o contexto atual, a perspectiva de consumo até o final do ano recuou 7,5% na comparação anual, sendo os setores de eletrodomésticos, eletrônicos, móveis e automotores os mais prejudicados, já que o consumo de duráveis caiu 9% no mesmo período.

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