Indígenas da tribo Wassu Cocal voltam a protestar contra a PL 490 em Joaquim Gomes

Indígenas da tribo Wassu Cocal voltaram bloquear as duas faixas da BR-101, na cidade de Joaquim Gomes, protestando contra o Projeto de Lei (PL) 490/2007. A manifestação pacífica começou às 9h30 desta quarta-feira (23) e não tem horário para terminar.

“A PL 490  mata. Pelo direito ao nosso território e a existência da nossa cultura”, diz a faixa que os indígenas levaram para o protesto de hoje.

Segundo a assessoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF), os manifestantes bloquearam o km 24 da rodovia utilizando pneus e galhos de árvores, mesmos materiais que eles usaram no protesto realizado na manhã desta terça-feira (22). Agentes da (PRF) estão novamente no local para negociar a liberação da rodovia.

Mais protestos pelo Brasil 

Indígenas também organizaram uma manifestação em Brasília nesta terça-feira, mas esse ato não aconteceu de maneira pacífica e acabou com três manifestantes feridos. Além dos indígenas, três policiais também se feriram durante o confronto.

De acordo com a nota divulgada pela Câmara dos Deputados, os indígenas tentaram invadir a Câmara e atiraram flechas contra os seguranças. Já segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os policiais utilizaram spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.

Indígena é socorrido por bombeiros após confronto em Brasília — Foto: Leo Otero

Indígena é socorrido por bombeiros após confronto em Brasília (Foto: Leo Otero)

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), afirmou que um jovem de 26 anos, do povo Sapará, de Roraima, precisou ser levado ao hospital de Base depois que foi atingido por balas de borracha no torso e bombas de efeito moral nas costas. Ele foi liberado no começo da noite e não há mais informações sobre o estado de saúde dos feridos.

Motivo dos protestos

O motivo pelo qual os indígenas estão realizando manifestações é um Projeto de Lei, o PL 490/2007. Projeto esse que determina que as terras indígenas sejam demarcadas através de leis e se aprovado a demarcação dos territórios ficará a critério do Congresso. O projeto foi apresentado pelo deputado Homero Pereira (PR-MT).

Atualmente a demarcação das terras ocupadas por povos indígenas é feita pelo Governo Federal, por meio de ato administrativo executado pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

“O PL 490 permite que o governo tire da posse de povos indígenas áreas oficializadas há décadas, escancara as terras indígenas a empreendimentos predatórios, como o garimpo, e, na prática, vai inviabilizar as demarcações, totalmente paralisadas pelo governo Bolsonaro”, afirma Kretã Kaingang, da coordenação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

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