Na última quinta-feira, 28, o advogado e morador do bairro Adriano Ramos tomou a frente e convidou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a bancada feminina da Assembleia Legislativa para discutir melhorias e possíveis atalhos para que a situação do bairro seja solucionada.
Além do presidente da OAB, Nivaldo Barbosa Júnior, estiveram presentes na reunião as deputadas Angela Garrote, Jó Pereira, Fátima Canuto e Flávia Cavalcante e os representantes das comissões de Direitos Humanos, Ricardo Moraes, e do Estatuto da Criança e Adolescente, Paulo Paraíso.
Os moradores querem um canal de comunicação efetivo com a Braskem – empresa que está sendo “acusada” pela situação do Pinheiro por conta da exploração que vem sendo feita há anos da sal-gema; um ponto de apoio permanente no bairro; e a criação de um fundo internacional.
‘’Estamos buscando formas de indenização de maneira amigável com a Braskem no ponto de vista material e moral, para isto, contamos com o apoio da OAB e das deputadas da bancada feminina da Assembleia. Desta forma, ninguém sairá no prejuízo’’, comentou Adriano Ramos.
Segundo moradores que também estiveram presentes na reunião, a segurança também é uma preocupação. Por deixarem suas casas de forma obrigatória, também deixam para trás seus patrimônios.
‘’Além de ter a preocupação de começar uma nova vida em um outro lugar, também temos a preocupação de ter que deixar nossos imóveis aqui fechados e sem segurança. Pensando nisso, tivemos que contratar um vigia para cuidar da casa durante à noite. Onde está a segurança neste momento?’’, perguntou uma moradora que não quis se identificar.
Pensando também na segurança, o presidente da OAB Nivaldo Barbosa Júnior sugeriu que o Exército e o programa Ronda no Bairro fossem contatados para que assim, pudessem fazer rondas pela região, garantindo que os imóveis não sejam invadidos ou roubados.
A Ordem dos Advogados do Brasil prestou solidariedade às condições vividas pelos moradores e se dispôs a ser o canal de comunicação entre eles e a Braskem.
‘‘Estamos acompanhando de forma silenciosa. O papel da Ordem neste momento é pedir pela transparência das informações, a humanização com a população e planejamento das ações. A Defesa Civil precisa estar próxima ao bairro. É necessária uma base local para atendimentos aos residentes’’, afirmou Barbosa.
Além da OAB, a bancada feminina da Assembleia também se propôs a auxiliar o Pinheiro para alavancar a solução dos problemas causadas pelas rachaduras.
A deputada Ângela Garrote se posicionou sobre a situação emergencial do bairro, que se encontra em situação de calamidade pública. “Foi feita uma audiência pública e foi pedido para que o prefeito e o governador do estado atuassem em conjunto. A população também participou e nada foi feito, efetivamente’’, disse.
As deputadas estaduais também tomaram a iniciativa de se criar um núcleo permanente de apoio à população com psicólogos, engenheiros e assistentes sociais e sobre a criação do fundo internacional com a ONG Visão Mundial, que atuou na tragédia de Brumadinho, para gerir junto à população um fundo de ajuda humanitária destinada ao bairro.
