HGE registra queda no atendimento a vítimas de acidentes de trabalho

Vinte e sete de julho é o Dia Nacional de Prevenção ao Acidente de Trabalho. A data propõe uma reflexão sobre como os ambientes e os processos de trabalho podem determinar tanto a saúde quanto os acidentes e o adoecimento dos trabalhadores. Somente nos primeiros seis meses de 2020, o Hospital Geral do Estado (HGE) atendeu 638 pessoas feridas em durante as atividades laborais.

A maioria dos atendimentos envolvem lesões oftálmicas (173), em seguida estão as luxações e entorses (119), mutilações (101), queda de altura (49), queimaduras (13), exposição a material biológico (11), amputação (6), politraumatismo (5), trajeto (5), lombalgia (3) e outros (153). No ano passado, nesse mesmo período, sem a pandemia da Covid-19, foram 1.167 casos notificados somente no maior hospital público de Alagoas.

“O acidente de trabalho é aquele que ocorre no exercício do trabalho ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho e vice versa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, acarretando a perda ou redução da capacidade para o trabalho (total, parcial ou temporária) e, em último caso, a morte. Eles podem ser causados por fatores naturais ou por falta de medidas de proteção, por ato inseguro ou condições inseguras”, explicou o especialista em medicina do trabalho, José Gonçalo Filho.

De acordo o médico, a primeira coisa a se fazer em caso de acidente no trajeto ou no ambiente de trabalho é procurar uma unidade de saúde e comunicar ao empregador o ocorrido. Toda empresa, ou instituição, deve orientar e conscientizar sua equipe acerca de medidas de segurança que evitam a ocorrência do dano, que inclui a aplicação das medidas de segurança coletivas e individuais.

“É fundamental que todos não só saibam que devem usar os equipamentos de proteção individual (EPI), como compreenda o porquê de estar usando. Também é importante que realizem exames médicos periódicos e que exista um plano de prevenção desses acidentes em ação, com estratégias adaptadas a realidade estrutural do ambiente”, orientou o especialista.

SQVT – No HGE, todos os casos que envolvem eventual acidente de trabalho, originários nas atividades laborais internas, são assistidos pela equipe da Seção Qualidade de Vida no Trabalho (SQVT), que é composta por uma equipe multidisciplinar, formada por engenheiro, médicos do trabalho, técnicos de segurança, enfermeiro, fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, terapeuta ocupacional e outras especialidades. Os acolhimentos acontecem sempre quando necessário, seja através de consulta prévia, ou através do acolhimento emergencial.

“Nossa atuação está focada na prevenção, no acolhimento e na assistência. Na observação das condições de trabalho, no alerta para o uso correto dos equipamentos de proteção individual, nos eventos de esclarecimento, no acolhimento em caso de acidente e no acompanhamento de eventuais tratamentos e necessidade de afastamento. O objetivo é sempre preservar a saúde das nossas equipes”, explicou a coordenadora do SQVT, Angelita Batista.

Previdência – De acordo com dados da Previdência Social, entre 2014 e 2018 foram registrados 1,8 milhão de brasileiros afastados por acidente de trabalho. O Brasil está entre os países que mais registram esse tipo de motivo de atendimento nos hospitais. Apesar do quantitativo desse ano ter caído pela metade, o médico não enxerga que o dado seja tão positivo.

“Entre março e junho tivemos muitas pessoas afastadas do trabalho em decorrência da crise financeira surgida pela pandemia da Covid-19, o que pode justificar a diminuição do número de atendidos por acidentes de trabalho, porém ainda são muitas as pessoas que precisaram vir ao HGE para receber os cuidados, fato que poderia ser completamente evitável e impediria a exposição da saúde justamente em um período cuja recomendação é o isolamento social”, pontuou o médico.

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