É no Hospital Geral do Estado (HGE) que funciona a Unidade Hospitalar Especializada Irmã Dulce, uma unidade pediátrica completa, específica para o público infantil, que atende casos ambulatoriais, faz internamentos e, conta, ainda, com leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Unidade de Cuidados Intermediários (UCI).
Com vasta experiência no tratamento de urgências e emergências, a unidade hospitalar recebe casos estáveis, instáveis e para fazer investigação. A Ala Irmã Dulce, como é conhecida, conta com médicos plantonistas nas 24 horas do dia, atendendo todas as intercorrências.
“Temos um serviço polivalente que recebe doentes das várias especialidades, com profissionais gabaritados para diagnosticar e investigar casos complexos. A Ala Irmã Dulce fortalece, significativamente, o atendimento pediátrico em Alagoas”, reforçou Paulo Teixeira, gerente do HGE.
Phiter Gabriel Ferreira, de 10 anos, por exemplo, foi trazido ao hospital após ser diagnosticado com catapora. Sem a melhora e com o quadro se agravando dia a dia, seus pais logo pensaram no HGE. Resultado, ele estava com a síndrome de Stevens-Johnson, doença rara e grave da pele e das mucosas, onde aparecem sintomas semelhantes aos da gripe, com o surgimento de bolhas e uma irritação na pele dolorosa, que se espalha.
Uma emergência médica, geralmente em reação a um medicamento ou a uma infecção. O tratamento incide em eliminar a causa e controlar sintomas e complicações. “Eu não sei o que seria do meu filho se não procurássemos o HGE, porque ele só piorava. A equipe do hospital me explicou que foi uma reação do corpo dele ao medicamento de epilepsia que tinha sido trocado há poucos dias pelo médico que o acompanha”, contou Jane Gleicia Ferreira, mãe de Phiter.
Funcionamento – Para ser atendido em urgência clínica, existe uma entrada específica pela rampa, na rua Jorge de Lima, no bairro Trapiche, ao lado do Hemocentro de Alagoas (Hemoal). Viroses, diarreias ou qualquer outro sintoma que não se refira a traumas, deve ser direcionado a esta área. O atendimento emergencial, como por exemplo, pancadas na cabeça, acidentes graves, entre outros, continua com entrada pela área Vermelha, na Avenida Siqueira Campos. Após a estabilização do quadro, a criança é encaminhada para um leito de internação na área pediátrica.
“O HGE é uma porta aberta, vaga zero como chamamos, todos os lugares que atendem pediatria e não conseguem atingir resolutividade acabam encaminhando as crianças para a emergência que temos no HGE, que é referenciada nos casos mais graves. Pelo fato de ser um hospital de Média e Alta Complexidade, em geral os pacientes que ficam aqui são àqueles que tem uma permanência maior. Então, na Ala Irmã Dulce, tratamos aqueles casos mais complicados”, explicou a pediatra Ana Carolina Ruela.
Segundo ela, a pediatria do HGE dispõe de 31 leitos de internação, que se dividem entre as cirurgias pediátricas, as clínicas pediátricas e a ortopedia pediátrica. A unidade conta, ainda, com mais dez leitos de UTI e seis de UCI, hoje destinada ao tratamento da Covid-19 em crianças.
Balanço – Anualmente, mais de 30 mil crianças são atendidas na unidade. Desse total, aproximadamente 18 mil são casos clínicos e 12 mil emergenciais. Nefrologistas, cardiologistas, reumatologistas e neurologistas especializados no atendimento infantil compõem a equipe multiprofissional, que conta, ainda, com pediatras, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e todo corpo de enfermagem.
“Além disso, desde 2017, o HGE conta com residência médica em pediatria. Um ganho muito grande para pacientes e profissionais, porque a presença da residência convida todos a um maior empenho e estudo. O residente traz um sangue novo para o espaço e observamos na prática o quanto é benéfico para nossas crianças”, acrescentou a pediatra Ana Carolina Ruela.
