Governador garante apoio ao Projeto Arca que protege animais ameaçados de extinção

O governador Renan Filho garantiu que o Estado vai apoiar o Projeto Arca: Avaliação, Recuperação e Conservação dos Animais Ameaçados de Extinção do Centro Pernambuco de Endemismo, faixa de mata atlântica ao Norte do Rio São Francisco, em que está inserido Alagoas. A proposta foi apresentada pelos pesquisadores durante reunião no Salão de Despachos do Palácio República dos Palmares, na tarde desta sexta-feira (10).

A inicitiva conta com recursos da ordem de R$ 2,5 milhões disponibilizados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e desenvolverá ações pelos próximos cinco anos em Alagoas, numa área de 10 mil hectares de mata atlântica. Dentre as espécies que serão beneficiadas está o mutum-de-alagoas (Pauxi mitu), ave-símbolo do Estado e que chegou a ser declarada extinta em ambiente natural.

“O mutum é a única espécie vertebrada que depois de contar apenas com três exemplares, volta a ser inserida na natureza. Isso é muito importante para Alagoas, que se torna referência para o país e para o mundo. Nós vamos colocar à disposição do Projeto o Instituto do Meio Ambiente, o Batalhão Ambiental e a Secretaria do Meio Ambiente. Contaremos, ainda, com o apoio do Ministério Público Estadual para receber os pesquisadores e colocar Alagoas na vanguarda da pesquisa da fauna brasileira”, declarou Renan Filho.

O primeiro casal de mutuns chegou ao Estado em setembro de 2017, trazido de um criatório autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Minas Gerais. Os animais se encontram desde então em um viveiro especialmente construído pelo Instituto para Preservação da Mata Atlântica (IPMA), em terras da Usina Utinga Leão, no município de Rio Largo.

“O casal está lindo e perfeitamente adaptado. Eles vão ficar para exposição com objetivo de que os alagoanos conheçam o animal. Você não pode preservar o que não conhece e isso tem funcionado muito bem. Recebemos diversas visitas de estudantes”, citou Fernando Pinto.

Ele informou que até novembro deste ano, outros três casais serão trazidos de Minhas Gerais para serem reintroduzidos em ambiente natural e procriarem. “Eles ficarão, inicialmente, num viveiro de adaptação dentro da mata, antes da soltura”, explicou, acrescentando que os pesquisadores já demarcaram a área onde será construído o viveiro.

Coordenador do projeto, o biólogo Luiz Fábio Silveira, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), explica que os remanescentes de mata atlântica encontrados em Alagoas concentram uma grande quantidade de espécies endêmicas, sobretudo aves, que só ocorrem nesta região. No entanto alerta que, inversamente, a área também possui o maior o número de animais ameaçados de extinção do país.

“O mutum é a espinha dorsal do projeto. Em cima da história dessa ave, que se confunde com a da indústria sucroalcooleira aqui do Estado e a devastação provocada por essa atividade no passado, vamos trabalhar com todas as outras espécies para fazer a recuperação e a conservação delas aqui no Estado”, detalhou o biólogo.

De acordo com ele, outras quatro espécies vão receber atenção especial do Projeto Arca, diante dos riscos de extinção a que estão submetidas. “Estamos muito atentos a pelo menos quatro espécies nesse momento, uma delas é o papagaio chauá, o macuco, o cauda-curta (passarinho) e a choquinha, que tem população muito reduzida”, destacou o biólogo.

Participaram, ainda, da reunião para a apresentação do Projeto Arca, no Salão de Despachos do Palácio República dos Palmares, o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Fernando Pereira; da Comunicação, Enio Lins; o diretor-presidente do IMA, Gustavo Lopes; o promotor de Justiça e Coordenador do Plano de Ação Estadual do Mutum-de-alagoas, Alberto Fonseca; o comandante do BPA, coronel Diógens Ramos; dentre outras autoridades.

Ascom – 11/05/2019

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