GGI dos Bairros e Defesa Civil apontam ações para Bebedouro durante reunião

Moradores haviam bloqueado trecho da Ladeira Professor Benedito Silva para cobrar posição sobre Rua Marques de Abrantes e região do Flexal

Reunião com moradores de Bebedouro. Foto: Erik Maia/Secom Maceió

O GGI dos Bairros e a Defesa Civil de Maceió apontaram uma série de encaminhamentos para as reivindicações de moradores que cobram a inclusão da região do Flexal e da Rua Marques de Abrantes, em Bebedouro, no mapa de criticidade, para que possam se inscrever no programa de realocação.  

Na reunião, o coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, fez uma apresentação de parte dos estudos de monitoramento dos bairros afetados. Ele explicou que a região é monitorada por equipamentos de DGPS (Differential Global Positioning System), interferometria e por satélites, e que esses equipamentos não apontam que os problemas dessa região têm ligação com o afundamento.

 “O que nós identificamos é uma série de construções irregulares, muito deles teriam escavado a base da barreira, causando os problemas de desestruturação de alguns imóveis, e causando perigo a outros imóveis da região”, afirmou Abelardo.

Segundo ele, no caso do Flexal, foi identificada uma grande influência do Riacho do Silva, que varia de nível por causa da maré. “Por ser ligado à lagoa de Mundaú e ter muitas baronesas, uma espécie de planta que aparece nessas condições, ela propicia que quando a maré está alta, a água penetre no solo da região, o que pode ocasionar danos as construções do local”, disse o coordenador da Defesa Civil.

Para o coordenador do GGI dos Bairros, Ronnie Mota, não é possível, pela explicação da Defesa Civil, incluir agora as regiões nos Mapas de Criticidade – pelo menos na questão da subsidência. “Essa não é uma alternativa viável para agora, mas temos que considerar que há um risco social para essa parcela da população, uma vez que unidades do município e do estado estão sendo realocados pelo afundamento do solo, o que têm deixado esses moradores com dificuldade para ter acesso à prestação desses serviços”, afirma Mota.

Os moradores apresentaram uma série de reivindicações que gerou uma lista de encaminhamentos a serem realizados pela Defesa Civil. São eles:

1) As ações do setor social da Defesa Civil de Maceió na região do Flexal deverão ser retomadas assim que o decreto de distanciamento social pela Covid-19 regredir da fase vermelha, o que vai possibilitar aos técnicos realizar visitas às famílias do local;

2) A regressão do decreto de distanciamento também é exigida para que o setor social da Defesa Civil atue junto aos moradores da Rua Marques de Abrantes. O coordenador ressaltou ainda que, nesse ponto, há o agravante das chuvas que podem causar novos deslizamentos;

3) Sobre o IPTU, foi ressaltado que já há uma lei de isenção que foi renovada, assim como o decreto de calamidade para os bairros afetados. Tanto os imóveis na área de monitoramento quanto os de realocação são beneficiados com a isenção do imposto. A partir do momento em que o morador for realocado e indenizado, a Braskem assume o pagamento do imposto;

4) A Defesa Civil irá encaminhar uma solicitação ao GGI dos Bairros para que o órgão possa solicitar à Braskem uma posição sobre os animais abandonados na região, para que se possa identificar o abrigo que cuidará desses animais; e

5)A limpeza e ordenação do Cemitério Santo Antônio, que fica numa área de realocação em Bebedouro, começou hoje. Essa limpeza contará com uma equipe formada por técnicos da Sudes e da Braskem. Uma nova reunião será marcada para tratar da realocação do equipamento.

O Protesto

Protesto ocorreu no começo da manhã. Foto: Erik Maia/Secom Maceió

No começo da manhã de hoje (29), os moradores de Bebedouro realizaram um protesto na Ladeira Professor Benedito Silva. Após a negociação do coordenador do Gabinete de Gestão Integrada para a Adoção de Medidas de Enfrentamento aos Impactos do Afundamento dos Bairros (GGI dos Bairros), Ronnie Mota, e do coordenador geral da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, o protesto foi encerrado.

Maurício Sarmento, um dos líderes comunitários do Flexal que participou da reunião, defendeu a inclusão dessas áreas nos mapas de criticidade, mesmo que eles não tenham sido atingidos pelos problemas do afundamento. “O dano não é só patrimonial, é social também. Nós queremos ter acesso a isso, e não é cabível ter uma região afetada socialmente e ela não ser incluída por ter um acesso pela chã da Jaqueira”, criticou.

Coordeandores do GGI dos Bairros e Defesa Civil. Foto: Erik Maia/Secom Maceió

Erik Maia/Secom Maceió

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