Fundo da Caixa envolvido em suposto esquema acumula R$ 31 bi

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O FI-FGTS é um fundo de investimento bilionário administrado pela Caixa Econômica Federal que aplica recursos do trabalhador em projetos de infraestrutura.

O Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) foi criado em 2007 com o objetivo de “proporcionar a valorização das cotas por meio da aplicação de seus recursos na construção, reforma, ampliação ou implantação de empreendimentos de infra-estrutura em rodovias, portos, hidrovias, ferrovias, energia e saneamento”.

O FI-FGTS usa recursos do FGTS, mas não os das contas vinculadas (onde os patrões depositam as parcelas mensais do FGTS).

Pela regra atual, a correção das contas do fundo de garantia é feita com base na taxa referencial, mais juros de 3% ao ano – uma rentabilidade bem inferior em relação a maioria das aplicações financeiras, abaixo até mesmo da caderneta de poupança. Dessa forma, o governo consegue utilizar o dinheiro depositado e não sacado pelos trabalhadores para financiar a construção de moradias e obras de infraestrutura e de saneamento, além de fundos de investimento como o FI-FGTS.

Embora seja administrado pela Caixa Econômica Federal, é o Conselho Curador do FGTS, formado por integrantes do governo, quem autoriza as liberações e os montantes a serem aplicados pelo fundo.

Patrimônio de mais de R$ 31 bilhões

O patrimônio do FI-FGTS somou R$ 31,9 bilhões no final de 2015, segundo último relatório disponível. O total de investimentos por meio de ações sem cotação em bolsa, debêntures não conversíveis em ações e cotas de fundos de investimentos alcançou R$ 21,65 bilhões.

Entre os projetos que receberam investimentos do fundo estão a Sete Brasil, empresa criada para construir e administrar as sondas do pré-sal e que acabou entrando em recuperação judicial após ser impactada pela operação Lava Jato.

Nas demostrações financeiras de 2015, os auditores da KPMG informaram que do total de R$ 21,65 bilhões em investimentos do FI-FGTS, R$ 4,12 bilhões “são provenientes de entidades que fazem parte e/ou estão relacionadas a grupos de empresas que se encontram em processo de investigação” no âmbito da Lava Jato.

Operação investiga pagamento de propina

 A Operação Sépsis, deflagrada nesta sexta-feira (1) pela Polícia Federal, tem como alvo um suposto esquema de pagamento de propina para liberação de recursos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal.

A operação teve como base delações do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto e de Nelson Mello, ex-diretor da empresa Hypermarcas.

O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, afirmou que o banco revisará todas as operações de empresas apontadas por Cleto na delação. Por meio de nota oficial, a Caixa informou que não houve prejuízo ao FI-FGTS.

O FI-FGTS conta com um Comitê de Investimento, composto por 12 membros indicados pelo Conselho Curador, a quem cabe deliberar sobre propostas de investimento e acompanhar as diretrizes a serem seguidas pelo FI-FGTS, com relação a sua política de investimentos. Veja a atual composição

Leia abaixo a íntegra de nota divulgada pela Caixa Econômica Federal sobre o FI-FGTS:

Nota de Esclarecimento sobre o FI-FGTS

A Caixa Econômica Federal, administradora do FI-FGTS nos termos da Lei nº 11.491/2007, lamenta que, apesar de sua rígida estrutura de governança e de qualidade técnica dos investimentos, um suposto esquema possa ter se utilizado de informações encaminhadas aos membros dos órgãos deliberativos do fundo, para obtenção de vantagens escusas.

Como instituição pública, comprometida com os mais altos padrões de governança e transparência e por meio de seu respeitoso quadro profissional, a CAIXA informa que continuará auxiliando todas as investigações e buscará ressarcimento de todos os prejuízos que porventura tenham ocorrido.

A CAIXA esclarece ainda que as notícias divulgadas até o momento indicam que não houve qualquer prejuízo direto ao FI-FGTS e, portanto, ao FGTS, de forma que não há impacto aos recursos alocados no fundo.

Por fim, a CAIXA tem segurança que este fato isolado não reflete, de forma alguma, a postura de uma instituição que possui funcionários e órgãos de governança reconhecidos como de mais alto padrão pelo mercado.

alagoastempo.com.br

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