Funcionário de shopping denuncia ex-professor da Ufal por racismo

Um funcionário de uma loja de um shopping que fica no bairro da Cruz das Almas, em Maceió, procurou a polícia na manhã desta quinta-feira (25), para denunciar um caso de racismo que o mesmo sofreu dentro do shopping durante meses. O suspeito de cometer o crime é um ex-professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Segundo o funcionário Luís Felipe Mesquita, a loja em que trabalha não tem banheiro interno, por isso ele se deslocou até o banheiro do próprio shopping. “Quando cheguei lá, me deparei com um senhor de porte magro e baixo, onde o mesmo me olhou e fez sinal de macaco, além de sinal de morte”.

Ele não achou que esse sinal seria para ele. “Então continuei me dirigindo ao banheiro. Só que notei que esse homem que ficava sempre no mesmo lugar, repetia o mesmo gesto e ações referentes ao meu cabelo e cor de pele”.

Os abusos, que se iniciaram há 4 meses, continuaram acontecendo nas semanas seguintes. Ele disse que relatou o fato ao segurança do shopping que, segundo ele, não fez nada.

“E aí, depois de muito tempo, ele fazendo o mesmo sinal de corte de tesoura e corte no pescoço, fui perguntar por qual motivo ele fazia aquilo e ele respondeu que eu ‘era o amigo neguinho da loja, o amigo cafuçu do shopping’. Não aceitando a situação fui até a segurança que nada fez”, relatou.

Ele também contou à reportagem que o ato foi presenciado por várias pessoas que estavam na hora. Felipe afirmou que o homem já é conhecido no shopping por fazer atos obscenos, homofobia, discriminação do sexo e assédio.

O advogado criminalista, Roberto Moura, enfatizou que o suspeito ameaçou e abalou psicologicamente o cliente dele. “Todas as pessoas serão chamadas e vamos solicitar as câmeras. O delegado vai intimar as pessoas para ouvi-las”. O advogado disse que o suspeito será acusado por injúria racial e perseguição.

Em entrevista, o advogado disse que esse é o segundo boletim de ocorrência aberto. “O primeiro foi em setembro. Existem três reclamações no SAC do shopping e nenhuma atitude foi tomada”.

Roberto reforçou que o shopping se recusou a enviar as reclamações e que nenhuma atitude foi tomada para impedir que o suspeito entrasse no estabelecimento. “A próxima etapa é aguardar as testemunhas, ouvir o agressor, finalizar o inquérito e enviar ao MP [Ministério Público]”.

A assessoria do shopping foi contatada, porém até o momento não houve um posicionamento.

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