Filho diz que Capita só reclamava do joelho: ‘Estava bem humorado’

Alexandre Torres diz ter sido pego de surpresa: “Saí pra resolver um problema particular e vi inúmeras ligações…Cheguei ao hospital já sabendo que estava morto”

torres2_thierry

Alexandre Torres, filho de Carlos Alberto Torres, passou a terça-feira calado. No dia em que recebeu uma das piores notícias da sua vida, a morte repentina do pai, Alexandre evitou falar com a imprensa e, mesmo diante dos amigos, se manteve introspectivo. Só foi se pronunciar publicamente ao deixar o velório, já na madrugada de quarta.

– Ele não reclamou. Eu estava viajando e só cheguei agora. Ele teria uma reunião na hora do almoço e estava bem humorado. Falamos por telefone, mas ele não reclamou de nada. Só tinha uma queixa eterna no joelho. Pegou todo mundo de surpresa. Saí pra resolver um problema particular e vi inúmeras ligações… Cheguei no hospital já sabendo que estava morto, infelizmente. Essa grande tristeza – disse Alexandre, ao final da cerimônia na CBF.

Vai o ex-jogador, fica a lenda – e o fato de ter erguido a taça do tricampeonato no México gravado na história. Mas, para a família, tudo isso fica em segundo plano.

– A história do Carlos Alberto, como jogador na Copa de 70, está eternizada pelo que ele foi como atleta. A saudade agora será dele como pai, avô e bisavô. Às vezes as pessoas não conhecem a pessoa. Conhecem o mito apenas. Mas desconhecem o grande coração, alguém que gostava das pessoas e de reunir os amigos. Não tem mais o que falar. Ele está na história – completou o filho do Capita.

Para Alexandre, que foi jogador profissional e chegou a defender as cores do Fluminense e do Vasco (além de ter defendido a seleção brasileira durante um amistoso em 1992), o grande legado do pai foi a postura, a liderança como encarava o futebol.

– Ele tinha uma liderança absurda. Jogadores mais velhos que ele perguntavam coisas para meu pai. Mas ele era o capitão e tinha essa lideranças que nasceu com ele. Quem conviveu com ele sabe que era uma coisa positiva

Tanto Fluminense quanto Botafogo ofereceram suas dependências para que o capitão do tricampeonato mundial no México fosse velado. Mas a identificação com a seleção brasileira o levou até a sede da CBF, onde seu corpo foi coberto com a bandeira nacional.

– O meu pai jogou por vários clubes do Brasil, mas era uma figura nacional. Jogou pela grande seleção, a de 70. Acredito que terá diversas homenagens. No momento, ainda não estamos sabendo de nada. Eu, como familiar, é que não vou puxar a corda.

Globo Esporte

26/10/2016

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo