Faturamento, produção e emprego da indústria voltam a crescer após 4 anos

O faturamento da indústria e as horas trabalhadas na produção, assim como o emprego industrial, registraram crescimento no primeiro semestre de 2018, algo que não acontecia há quatro anos nesse período, segundo números da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgados nesta quarta-feira (1º).

De acordo com a entidade, o faturamento real da indústria avançou 4,4% no primeiro semestre, primeira alta para o período desde 2013 (+5%), ou seja, em cinco anos, atesta o G1.

“A alta do faturamento foi influenciada pela desvalorização muito forte do câmbio [alta do dólar]. Para o mesmo valor exportado [em anos anteriores], isso gerou um faturamento muito maior [no primeiro semestre de 2018]”, avaliou o economista da CNI Marcelo Azevedo.

Segundo o economista, esse crescimento ainda não repôs as perdas registradas nos últimos quatro anos. “É um início de recuperação que a gente acredita que vai continuar, não no ritmo desejado, porque as perdas foram expressivas nos últimos anos. É um dado importante, mas ainda há muito espaço para que retorne ao patamar de antes do início dessa crise”, declarou Azevedo.

Emprego e horas trabalhadas

O mesmo cenário também pode ser visto no emprego industrial e nas horas trabalhadas – indicador de produção industrial.

O emprego teve crescimento de 0,6% no primeiro semestre, a primeira alta em quatro anos, enquanto que as horas trabalhadas na produção, com expansão de 0,9% nos seis primeiros meses deste ano, tiveram o primeiro crescimento para esse período desde 2013.

“Foram vários anos de quedas fortes nas horas trabalhadas e no emprego industrial. A gente tem uma recuperação bem incipiente, no início. Nesse ritmo, vai levar alguns anos para reparar essas perdas desse período todo” (Marcelo Azevedo)

Ao mesmo tempo em que há recuperação nas horas trabalhadas na produção, no faturamento da indústria e no emprego industrial, o mesmo não acontece no rendimento médio real do trabalhdor da indústria, que registrou queda de 1,1% no primeiro semestre. A massa salarial real, por sua vez, recuou 0,6% no mesmo período.

“Tem mais emprego, mas teve uma queda no rendimento médio real. A massa salarial real também está tendo revisões abaixo da inflação, que está crescendo”, disse o economista da Confederação Nacional da Indústria.

01/08/2018

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