Estudo comprova ausência de ligação entre vacinas e autismo em crianças

Um amplo estudo realizado com mais de 650.000 crianças dinamarquesas durante mais de uma década chegou à mesma conclusão que pesquisas anteriores: a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (MMR, tríplice viral) não aumenta o risco de autismo. A pesquisa examinou os dados de todas as crianças dinamarquesas nascidas entre 1999 e 2010, acompanhadas até 2013.

Os cientistas compararam o número de diagnosticados com autismo entre as crianças vacinadas e as não imunizadas, e não encontraram qualquer diferença. “O estudo aponta que o fato de que a vacina MMR não aumenta o risco de autismo, não desencadeia a doença em crianças suscetíveis (com fatores de risco) e não está associada a um reagrupamento de casos depois da vacinação”, afirmam os cientistas no documento publicado nos Anais de Medicina Interna dos Estados Unidos.

As centenas de milhares de crianças estudadas ao longo dos anos são comparadas a um pequeno estudo de 1998 com 12 crianças, citado com frequência por pessoas contrárias às vacinas, que mostram um vínculo entre a MMR e o autismo. O estudo de 1998 foi retirado pela revista médica que o publicou e o autor, que falsificou os resultados, perdeu a licença médica, mas continua sendo citado por ativistas contrários a esta vacina, diz o MSN.

Onda anti-vacinação

Para conter os efeitos da onda anti-vacinação que tomou de assalto a França nos últimos anos, as autoridades sanitárias do país tomaram uma série de medidas, assustadas com a possibilidade da volta de doenças como o sarampo.

O alarme soou depois da morte de uma jovem em Poitiers, no centro da França, causada pelo sarampo, em 2017. As autoridades sanitárias francesas decidiram então aumentar o número de vacinas obrigatórias de três para 11, a partir de 1° de janeiro de 2018. Os pais que se recusam se expõem a uma sentença de seis meses de prisão, além de multa de € 3,7 mil, embora as condenações sejam raras no país.

Se antes as vacinas obrigatórias na França se resumiam àquelas contra a difteria, o tétano e a poliomielite, agora se juntam a estas os procedimentos de imunização destinados a bebês de menos de 18 meses contra o sarampo, coqueluche, caxumba, rubéola, hepatite B, a bactéria Haemophilus influenzae, e as bactérias pneumococo e a meningocócica do tipo C.

Ao mesmo tempo, os franceses mostram um crescente ceticismo em relação às vacinas: de acordo com uma pesquisa do Instituto Ipsos, destinada ao Leem (associação francesa de empresas farmacêuticas), publicada em outubro de 2016, apenas 69% dos entrevistados disseram confiar na vacinação. Este é o nível mais baixo desde 2012, quando o barômetro foi criado. Além disso, apenas metade dos franceses (52%) considera que as vacinas oferecem mais benefícios do que riscos.

Fenômeno brasileiro

No Brasil, o fenômeno ganha em amplitude. O Ministério da Saúde atualizou nesta quinta-feira (19) o número de casos de sarampo: são 667, em seis estados brasileiros. Além disso, o número de mortes causados pela gripe triplicou em 2018, contabilizando um aumento de 194,4% em relação a 2017.

“O Brasil sempre me pareceu um país com uma cobertura vacinal correta, até o momento. Mas existe esse fenômeno global de evitar a vacinação. Devemos lembrar que as vacinas foram a intervenção sanitária mais importante depois da melhora da qualidade da água, o que permitiu o aumento da população mundial”, afirma o pediatra, especialista em vacinação e vice-presidente do Conselho de Vacinação da França, Daniel Floret.

07/03/2019

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