Estudante da Ufal sai da licenciatura para um dos melhores mestrados do país

O ônibus que Emanuel vai pegar a partir de agora é com destino à Recife. Mas, por muitos anos, o percurso foi de Junqueiro à Arapiraca, nas estradas de Alagoas. O egresso da licenciatura em Física da Universidade Federal e Alagoas, Emanuel Santos, fez esse caminho durante toda a graduação no Campus Arapiraca. Ele foi recém-aprovado no mestrado em Física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) após obter uma das maiores notas no Exame Unificado de Física (EUF).

“Esse é um exame realizado semestralmente, no qual estudantes de todo o Brasil e do exterior fazem para usar a nota como parte do processo seletivo de diversos programas de pós-graduação no Brasil, onde na maioria deles é designado notas de excelência pela avaliação da Capes”, explicou Emanuel, completando sobre seu desempenho: “Eu fiquei no quartil superior, 4° quartil, que é o das maiores notas. Fiquei à frente de 84,52% dos candidatos”.

Com o resultado, ele ainda conseguiu passar em 1º lugar no programa da Ufal, mas optou por desembarcar em Recife, que tem o mestrado avaliado com o conceito 7 pela Capes.

Emanuel fala com orgulho da base que recebeu e do quanto foi importante vivenciar a Universidade com dedicação. “Eu me formei em 2021 sem ter nenhuma reprovação no histórico, como uma espécie de láurea acadêmica, tendo todas as cadeiras obrigatórias da licenciatura, assim como várias cadeiras da física bacharelado que fiz como eletivas para incrementar o histórico”, disse.

Mas o desejo de continuar os estudos acadêmicos foi motivado pela experiência na Iniciação Científica (IC), com o professor André de Lima Moura. “Na IC eu estudei sobre lasers e caracterização de materiais, que é um ramo de pesquisa dentro da óptica e fotônica. A maior influência que eu tive para ter certeza que queria prosseguir na carreira acadêmica foi estar na iniciação científica. O nosso orientador é pesquisador de produtividade do CNPq, ele é muito dedicado no que faz. As vivências que tive dentro deste âmbito fortaleceu meu gosto pela pesquisa e, com isso, pude ter certeza da área que queria seguir”, contou.

Caminhos de sucesso

Passar pela grade curricular sem viver a IC pode limitar o estudante nas escolhas da carreira. Por isso, Emanuel aproveitou todas as oportunidades e foi deixando suas marcas para construir um currículo notável.

Ele participou de diversos eventos científicos nacionais, sendo premiado no 63º Congresso Paulo Leal Ferreira, da Unesp, como Melhor Apresentação Oral da categoria graduação. Além disso, fez parte da publicação de dois artigos em periódicos internacionais, e outro em processo de revisão por pares.

Os trabalhos na iniciação científica também renderam, para ele e o orientador André, o prêmio de Excelência Acadêmica da Ufal nos dois ciclos em que atuou. As coisas fluíram, mas nem sempre foram tranquilas. Para se manter na Universidade, Emanuel precisou enfrentar dificuldades de transporte, alimentação, moradia e conflitos internos dos quais superou pensando apenas em olhar para frente: “Mesmo com todas as dificuldades, eu não pensei em abandonar o curso. Eu vi o curso não só como algo que gostasse de estudar, mas como uma esperança para mudar minha vida no futuro”.

E é nesse futuro que ele mira. O filho de seu Noel e dona Elza, que sempre esteve em cadeiras obstinadas da educação pública, que recebeu menção honrosa na Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (Obmep), e é apaixonado por cálculos, ainda está traçando seu destino, mas sabe bem o melhor caminho a seguir. Ele tem dicas valiosas para quem quer ir nessa rota:

“Resolvam os problemas do livro. Essa é a forma mais eficaz de passar nas disciplinas. Segundo, conheçam as áreas dos professores e procurem se identificar com aquela que mais gera curiosidade. E, se envolvam na iniciação científica ou iniciação à docência. É sempre possível mudar de área no futuro, mas se não mudar, você já terá uma boa base”.

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