Escolas de samba mirins encerram desfiles deste carnaval no Rio

As escolas de samba mirins encerram neste domingo (24) os desfiles do carnaval fora de época no Sambódromo do Rio de Janeiro, com portões abertos a partir das 15h e entrada franca nas arquibancadas. A abertura do evento está prevista para as 15h30, com a apresentação da Orquestra Popular Manoel Couto, formada por 73 músicos entre crianças e jovens, estudantes da rede pública de ensino, que tocará tradicionais sambas-enredo, clássicos da música popular brasileira, além do hino do Rio de Janeiro Cidade Maravilhosa.

Os espectadores poderão apreciar ainda o cortejo do carnaval mirim, integrado pelo Rei Momo, rainha, princesas e o casal de mestre-sala e porta-bandeira.

O assessor de imprensa da Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro, Arleson Rezende, informou que, para entrar na Marquês de Sapucaí, é preciso apresentar comprovante de vacinação contra a covid-19. Segundo o diretor de Carnaval e Operações da associação, Alexandre Moraes, este é um momento aguardado há dois anos. “As crianças estão eufóricas, radiantes com a possibilidade de brincar o carnaval na Passarela do Samba com saúde e segurança.”

A primeira escola a desfilar é a Ainda Existem Crianças de Vila Kennedy, com o enredo Fazer Aniversário É Celebrar a Vida, e Hoje É o Meu Dia de Festa. A escola vem com 16 alas e 600 componentes, além de 120 ritmistas que fazem parte da bateria.

Corações Unidos do Ciep será a segunda agremiação a entrar no Sambódromo, cantando o enredo Vivendo e Aprendendo a Jogar, que narra a história dos jogos desde os primórdios da humanidade até as olimpíadas modernas. A comissão de frente da escola é formada por 12 integrantes que vão simular um jogo de xadrez.

Vida e esperança

A Império do Futuro vai contar A Peleja Curumim Contra o Monstro Jurupari. De autoria do carnavalesco Raphael Ladeira, o enredo destaca a importância da vida, da esperança e da fraternidade para vencer os “monstros” que surgem, a exemplo da pandemia do novo coronavírus. A escola tem como cores principais o verde, branco, ouro e prata.

Em seguida, aparece a Pimpolhos da Grande Rio, de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, com o enredo Olha, Que Linda a Quitandinha de Erê”. Trinta baianas e 60 passistas vão ajudar a agremiação a contar aos espectadores como é a festa oferecida aos Erês, entidades que, na língua Iorubá, podem representar diversão e brincadeira, nos barracões de candomblé.

A quinta escola a pisar na Passarela do Samba é a Golfinhos do Rio de Janeiro. Ela traz o enredo A Golfinhos Invade o Nordeste. Fundada em 15 de novembro de 2020, a Golfinhos do Rio de Janeiro traz em sua bandeira as cores amarelo e azul e tem Ana Gabriela Teixeira de Carvalho como rainha da bateria.

As cores azul e branco da Herdeiros da Vila vêm em seguida, com o enredo Você Semba Lá… Que Eu Sambo Cá! O Canto Livre de Angola, de autoria de Rosa Magalhães e Alex Varela. O enredo fala da tradição e da resistência do povo angolano que foi trazido para o Brasil como escravo e aqui gerou uma mistura de identidades forte com os brasileiros.

Os Aprendizes do Acadêmicos do Salgueiro chegam à avenida logo depois, trazendo o enredo Rio de Lá pra Cá, de Roberto Szaniecki, que deixa o carioca contar sua própria história. “E o Salgueiro responde com uma mensagem de esperança, mesmo que tenha que se dar um jeitinho, daqueles bem cariocas”. Os compositores do samba-enredo são Celso Trindade, Demá Chagas, Bala, Arizão, Guaracy e Quinzinho. O samba Rio de Lá pra Cá, do Salgueiro, marcou época na avenida, em 1994.

Aniversário

Na sequência, vêm os Filhos da Águia da Portela, com o enredo É festa!, que comemora os 20 anos de fundação da agremiação, por meio dos desfiles já apresentados e que também, de forma lúdica, mostra a importância das celebrações culturais, religiosas, pela dança e por outras manifestações que existem de Norte a Sul do Brasil, com toda riqueza e colorido.

Infantes do Lins apresentará o enredo Nossos Valores em Contos e Fábulas, pelo qual a escola quer contar toda uma gama de desafios voltados às comunidades que abraçam a agremiação, sejam internas ou externas ao bairro em que está inserida, mostrando os benefícios trazidos por valores morais e éticos, para as crianças, os jovens e adolescentes, e ressaltando o surgimento das escolas mirins como recreativas e socioculturais e não como escolas de samba-empresas. Nas escolas mirins, o viés ´r cultural, afirmam os organizadores.

Marlene Povão, Bate o Lindo Coração desta Nova Geração é o enredo da Nova Geração da Estácio de Sá, que reverencia a sambista Marlene Povão, de 82 anos, que é comunicadora oficial e referência da Estácio, conhecida e reconhecida por toda a comunidade do Morro de São Carlos. Filha de Iansã e Xangô, adoradora das crianças da terra e do espaço, Marlene Povão é considerada figura marcante no samba.

Fundo de Quintal

A décima primeira escola mirim a desfilar é a Mangueira do Amanhã, com o enredo Obrigado do Fundo do Nosso Quintal. “A Mangueira do Amanhã embarca com repique de mão, banjo, pandeiro, tantã e violão na plataforma da Estação Primeira até o bairro de Olaria para celebrar os 45 anos do Fundo de Quintal! Nesta curta viagem entre os dois quintais onde não nasceram somente tamarineira e mangueira e, sim, os maiores nomes do samba, partido alto e pagode”, diz o autor do enredo, Bruno Faria. A viagem é feita com base nas melodias e letras que fazem parte dacultura nacional “e, principalmente, da história da música popular brasileira!“.

A Estrelinha da Mocidade traz como enredo A Festa do Divino, que é realizada sete semanas depois do Domingo de Páscoa, no dia de Pentecostes, para comemorar a descida do Espírito Santo sobre os 12 apóstolos. Essa tradicional festa do folclore brasileiro é uma mistura de manifestações religiosas e profanas, ou seja, sem caráter sagrado. O enredo narra a origem da Festa do Divino, em Portugal, no século 14, até os dias de hoje, lembrando as celebrações em todo o Brasil, com destaque para as do Maranhão, de Pirenópolis, em Goiás,.e Paraty, no Rio de Janeiro. O samba Festa do Divino foi interpretado pela Mocidade Independente de Padre Miguel, no carnaval de 1974.

Penúltima a desfilar na Marquês de Sapucaí, a Petizes da Penha traz o enredo Era Uma Vez… Mais Uma Vez… Outra Vez, de autoria de Dy Fernandes. A força da mata e o folclore popular serão cantados pela Petizes da Penha. Os 80 integrantes da bateria da escola vêm fantasiados de marujada, representando a Marujada de Parintins, no Pará, que é a banda oficial do Caprichoso, Boi-Bumbá que disputa o Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas.

Encerrando os desfiles, vem a Miúda da Cabuçu, para contar A Influência Africana no Carnaval Carioca. De autoria de Paulo César Alves, o enredo fala das vestimentas de orixás, com suas cores exuberantes e dos paramentos que influenciaram na confecção de fantasias das baianas e de várias alas das escolas de samba. As comidas servidas em eventos do samba como a feijoada e o angu baiano, não foram esquecidas, além dos adereços africanos, entre os quais búzios, contas, colares e diversos outros materiais.

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