Enviar crianças pelo correio era legal nos EUA no Século XX

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Se você tivesse um filho nos Estados Unidos em 1913, e ele quisesse visitar seus avós em uma cidade distante, você podia comprar alguns selos e levá-lo até o correio.

Por mais que isso pareça bizarro, é verdade – houve uma época onde crianças podiam ser transportadas pelo correio nos Estados Unidos. A primeira família a pensar nesse tipo de transporte foi a dos Beauges, em Ohio-EUA. Eles enviaram o filho para visitar a avó – que estranhamente vivia a apenas 1km de sua residência. O garoto então foi acompanhado até a casa do ‘destinatário’ por um entregador do correio.

A ‘brincadeira’ custou 15 centavos de dólar da época, o que equivale, atualmente, a 3,50 dólares (quase R$ 14 na cotação atual). Além disso, havia um seguro no valor de 50 dólares sobre a criança (1,165 dólares atuais ou cerca de R$ 4600), o que garantia sua segurança.

Por outro lado, a viagem mais longa deste tipo foi feita por Edna Neff, de seis anos de idade. A garota foi enviada por sua mãe de Pensacola, na Flórida-EUA, até Christianburg, Virgínia-EUA, onde estava seu pai. De acordo com o Google Maps, as duas localidades são separadas por 1175km. Há muito pouca informação sobre essa viagem. No entanto, sabe-se que ela custou o mesmo preço do trajeto dos Beauges – 15 centavos.

Ainda que em 1914 o General Albert Sidney Burleson tenha declarado que os funcionários dos correios dos Estados Unidos eram proibidos de carregar crianças, a prática, ao que tudo indica, foi mantida por algum tempo. Ao que tudo indica, os correios terminaram definitivamente com o envio de crianças em 1915.

O último registro de viagens de crianças pelo correio é o que trata da pequena Maud Smith, de três anos de idade, que foi enviada por seus avós de volta para seus pais. Ela viajou em um trem, levantando suspeitas e gerando uma investigação alertando as autoridades superiores de que alguém havia permitido que uma menina de três anos fosse aceita como pacote de encomenda postal.

A prática de enviar pessoas pelo correio também existia na Inglaterra, onde um fato no mínimo curioso aconteceu. As sufragistas Daisy Solomon e Elspeth McClellan não concordavam com a prática de enviar seres humanos pelo correio e fizeram uma espécie de protesto: se enviaram para o primeiro-ministro. Em 23 de fevereiro de 1909, elas foram entregues por um mensageiro do correio no Gabinete do Primeiro-Ministro, na Downing Street nº 10, em Londres. No entanto, o funcionário que iria receber a ‘encomenda’ se recusou a assinar o recebimento e, por conta disso, as mulheres foram escoltadas de volta para o escritório da União Política e Social das Mulheres.

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