Mulheres com sintomas têm de 50% a 70% menos riscos de perder feto. Estudo dos Estados Unidos acompanhou 797 gestantes
Os enjoos matinais e os vômitos estão relacionados a um menor risco de sofrer um aborto espontâneo, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (26) na revista científica americana “JAMA Internal Medicine”.
As mulheres com estes sintomas têm entre 50% e 75% menos riscos de perder seu feto em comparação com as gestantes que não tiveram enjoos, de acordo com o estudo, que acompanhou 797 mulheres.
Os autores analisaram as informações fornecidas por todas as mulheres do estudo. As grávidas registraram suas náuseas e vômitos diariamente durante o período que vai da segunda até a oitava semana da gravidez, e depois responderam um questionário mensal até a 36ª semana.
Em geral, as náuseas e os vômitos param de ocorrer durante o quarto mês de gravidez. Mas algumas mulheres podem ter estes sintomas até o dia do parto.
“A ideia de que os enjoos matinais indicam que a gravidez está indo bem é estendida há algum tempo, mas até agora não tínhamos dados estatísticos sólidos para fortalecer esta crença”, ressaltou Stefanie Hinkle, pesquisadora no Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humanos dos Estados Unidos e uma das autoras principais deste trabalho.
“Nossa pesquisa estuda os sintomas desde as primeiras semanas de gravidez, logo depois da concepção, e confirma que há um vínculo entre os enjoos e uma redução do risco de perder o feto”, acrescentou.
O novo estudo não se aprofundou nas razões pelas quais as náuseas e os vômitos podem diminuir o risco de aborto.
Os motivos de tal associação ainda são desconhecidos, mas os pesquisadores acreditam que as náuseas podem proteger o feto de toxinas e outros micro-organismos presentes nos alimentos e bebidas ingeridos pela mãe.
Pesquisas anteriores também sugeriram que a náusea e os vômitos estão associados a um menor risco de perda do feto.
Alguns especialistas acreditam que a náusea pode incentivar uma gravidez saudável ao levar as mulheres a comerem menos, reduzindo assim o risco de expor o feto a toxinas.
A redução na ingestão de alimentos também parece reduzir os níveis de insulina e estimular o crescimento da placenta, de acordo com pesquisas.
g1
26/09/16