Empresa do presidente do Senado é alvo da Lava Jato

Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão na sede da Confederal, uma das maiores empresas de transporte de valores do país, e na casa do atual presidente da companhia. Ações miram pessoas ligadas a senadores do PMDB e do PT

Uma das maiores empresas de transporte e vigilância de valores do país, a Confederal, fundada pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), é um dos alvos da etapa deflagrada nesta terça-feira (21) da Operação Lava Jato, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Policiais federais cumprem mandado de busca e apreensão na residência do presidente da companhia, Ricardo Augusto, e na sede da empresa em Brasília.

As ações desta manhã alcançam pessoas ligadas a quatro senadores: além de Eunício, Renan Calheiros (PMDB-AL), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Humberto Costa (PT-PE). Ao todo são cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Brasília, Recife, Salvador, Maceió e Rio.

Em delação premiada, o ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho afirmou que a construtora pagou R$ 7 milhões a parlamentares para garantir a aprovação de uma medida de interesse do grupo. Um dos beneficiários, segundo ele, é o atual presidente do Senado, chamado pelo apelido de “Índio” nas planilhas da Odebrecht. Eunício tem patrimônio declarado de R$ 99 milhões.

O senador alega que está afastado da gestão das empresas de seu grupo desde 1998, quando foi eleito deputado federal pela primeira vez. Na declaração de bens que entregou à Justiça eleitoral em 2014, Eunício informou ter se desfeito de 98,3% da participação na Confederal Vigilância e Transporte de Valores Ltda., equivalente a um capital de R$ 7,7 milhões.

Recife

Já em Pernambuco, o principal alvo é o empresário Mário Barbosa Beltrão, amigo do senador Humberto Costa. Policiais cumprem mandado de busca e apreensão no apartamento do empresário na Praia de Boa Viagem, em Recife.

Em sua delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que o senador recebeu R$ 1 milhão do esquema de corrupção na estatal para a campanha de 2010. O dinheiro, segundo ele, foi solicitado por Beltrão. Humberto e o empresário negam.

Beltrão também é apontado pelo ex-gerente da Petrobras Carlos Alberto Ferreira como arrecadador da campanha de Humberto ao governo de Pernambuco, em 2006. Segundo ele, os repasses do esquema de corrupção foram de R$ 14 milhões para o petista, por meio da Schahin Construtora e da Odebrecht. Eles também negam a acusação.

Informações : Congresso em foco

 

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