Em 2021, gasto extra do Município com descarte irregular ultrapassou os R$ 29 milhões

Móveis inservíveis, restos de poda de árvore e resíduos da construção civil. Estes são os materiais frequentemente encontrados no mais de 180 pontos crônicos de descarte irregular espelhados por Maceió. Neles, em 2021, a Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Sudes) recolheu mais de 220 mil toneladas de lixo, ultrapassando R$ 29 milhões gastos para reverter uma situação que nem deveria existir.


Ponto de lixo no bairro do Prado, onde a Sudes retira mais de 40 toneladas mensais. Foto: Ascom Sudes
Ponto de lixo no bairro do Prado, onde a Sudes retira mais de 40 toneladas mensais. Foto: Ascom Sudes

O valor desembolsado pela Prefeitura de Maceió para manter esses pontos limpos poderia ser investido no aperfeiçoamento da limpeza urbana na capital. Somente para exemplificar, com o montante supracitado, a Sudes conseguiria criar, aproximadamente, mais 104 Ecopontos, que são equipamentos responsáveis por receber os resíduos mais encontrados nos pontos de lixo.


Ecopontos recebem resíduos da construção civil, restos de poda de árvore e móveis inservíveis. Foto: Ascom Sudes
Ecopontos recebem resíduos da construção civil, restos de poda de árvore e móveis inservíveis. Foto: Ascom Sudes

Com a quantia amortizada no descarte irregular na cidade, a Superintendência poderia, ainda, implantar mais 8.285 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), aproximando a população da reciclagem de forma mais eficaz ou mesmo na instalação de 41.428 papaleiras por toda a cidade, evitando que garrafas pet, embalagens em geral e papel acabem indo parar nas vias e calçadas.

Para o superintendente da Sudes, Ivens Peixoto, a falta de consciência das pessoas é determinante para que o Município fique impossibilitado de investir em melhorias em algumas áreas.

“É um absurdo o valor que gastamos para manter a limpeza de pontos de lixo. Com esse valor, de R$ 29 milhões, teríamos um leque muito maior de equipamentos, ampliando os serviços para os cidadãos de toda Maceió. Mas, infelizmente, devido a falta de educação ambiental de algumas pessoas, não podemos investir em melhorias que poderiam mudar a vida de muita gente e trazer ganhos significativos para o meio ambiente”, lamentou.

Para tentar coibir a prática, nos 12 meses de 2021, as equipes de fiscalização da Sudes atuaram em mais de 1.300 ocorrências, sendo 800 delas autuações para empresas e cidadãos que fizeram o descarte irregular de resíduos em algum lugar da cidade.

“Trabalhos de forma incansável para educar os maceioenses. Nossa equipe de educação ambiental está diariamente nas ruas, indo de porta em porta orientar as pessoas sobre como descartar seu lixo de forma correta. Mas, para aqueles que preferem continuar exercendo a prática negativa, temos uma fiscalização que aplica multas, fazendo com que o cidadão sinta no bolso a desvantagem de descartar de forma irregular”, completou Peixoto.

O agente de limpeza Felipe Silva, que trabalha diariamente na limpeza de pontos de lixo, afirma que cidadãos ignoram o trabalha realizado por eles e seus companheiros e descartam inadequadamente com frequência. “É um absurdo o que a população faz! Nós limpamos vários pontos da cidade no mesmo dia e no outro dia já tem lixo de novo. As vezes, nós acabamos de fazer o serviço em uma área e quando estamos limpando outra próxima, as pessoas já jogam lixo na que limpamos, coisa de 20 minutos depois de ser feita a limpeza”, reclama Silva.


Felipe Silva realiza a retirada de resíduos descartados de forma irregular na orla lagunar. Foto: Ascom Sudes
Felipe Silva realiza a retirada de resíduos descartados de forma irregular na orla lagunar. Foto: Ascom Sudes

Além de não descartar de forma errada, a população pode ajudar denunciado. Para isso, basta entrar em contato com a Central de Monitoramento Sudes através do 0800 082 2600 ou enviando fotos e vídeos no WhatsApp 98802-4834. É importante detalhar a denúncia ou solicitação com fotos, ponto de referência e quaisquer outras informações pertinentes para otimizar a ação dos agentes da limpeza urbana.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo