ELEIÇÕES 2020: a verdadeira olimpíada de votos comprados em Maceió!

Ao invés de encerrar o primeiro turno das eleições 2020, o próximo dia 15 será a linha de chegada para muitos compradores de votos que disputam com unhas e dentes as 25 vagas na Câmara de Vereadores de Maceió.

Comprar voto é crime, mas a corrida ocorre às claras, a olhos vistos de toda a sociedade, para quem quiser ver, inclusive debaixo dos narizes de órgãos de fiscalização que têm a obrigação de impedir essa disputa desleal e que, aparentemente, nada fazem.

Como uma verdadeira Olimpíada, os competidores se revezam nas várias modalidades de compra de votos. Entretanto, a prática mais comum na capital é a dos conhecidos “cadastros”. Um morador do bairro de Bebedouro, cujo nome foi preservado, relata como funciona o esquema. “O cabo eleitoral de um candidato a vereador veio aqui em casa e me ofereceu R$ 200,00 para que eu colocasse o adesivo da campanha na minha porta. Ele disse que se eu aceitasse, meu nome entraria para um cadastro e que teria direito a benefícios quando o candidato fosse eleito. Eu aceitei, peguei os R$ 200,00 e coloquei o adesivo”, revela.

A prática, além de criminosa, é prejudicial para quem vende o voto e para toda comunidade. Israel Lessa, um dos líderes do movimento “Luto por Bebedouro” esclarece que “infelizmente, muita gente troca o voto por um jogo de camisas de futebol, um botijão de gás, o pagamento de uma conta vencida ou nem isso: tem gente que troca o seu voto por um contador de piadas. A democracia é um patrimônio que devemos preservar com responsabilidade”. 

O eleitor precisa conhecer seu candidato e votar em quem realmente lhe representa. Segundo Alexandre Sampaio, presidente da Associação de Empreendedores do bairro de Pinheiro e regiões afetadas, os bairros afundam em buracos causados pela mineração criminosa da Braskem. “Esta instabilidade no solo causou prejuízos enormes para milhares de famílias e empreendedores da região. Quem compra voto não tem compromisso com os atingidos. O compromisso dele com o eleitor acaba quando entrega o dinheiro. Ele não vai trabalhar para que sejam pagas as indenizações, que são urgentes e necessárias”, ressalta. 

Às vésperas das eleições municipais, os competidores da compra de votos estão soltos, sem controle e punição pelas autoridades. São simpáticos, pagam com dinheiro em espécie, fazem piadas, cadastros e muitas promessas. 

Israel Lessa destaca que vender o voto é desperdiçar a oportunidade de mudança. “A cada voto comprado um jovem perde uma vaga de trabalho. O posto de saúde do seu bairro vai continuar sem remédio, sem médico, sem estrutura. Seu bairro vai continuar sem a creche. Você vai continuar sacolejando e espremido em ônibus sucateados, que mais parecem latas de sardinha. O voto desperdiçado com quem não merece vai embora e o que fica é a ausência do serviço público de qualidade em uma Maceió abandonada”, alerta.

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