Eflorescência: Defesa Civil explica aparecimento de sal em imóveis de Maceió

Fenômeno está associado a presença de cal livre e umidade em materiais de construção

A Defesa Civil de Maceió concluiu as análises sobre o pó branco que apareceu em alguns imóveis da região do Flexal de Baixo, no bairro de Bebedouro, na orla lagunar de Maceió, e em imóveis do Bom Parto. De acordo com o Informativo Técnico 14/2021, assinado em conjunto pelos técnicos que compõem o Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cimadec), o pó se trata de eflorescência, ou seja, depósitos cristalinos de cor esbranquiçada que surgem na superfície de revestimentos por meio de reações químicas.

O documento aponta que as reações ocorrem entre os materiais de construção civil associada a presença elevada de umidade nas edificações e que a origem desse problema pode ocorrer na água utilizada na construção, ou até mesmo a água proveniente de infiltração, que evapora e cria os depósitos na superfície.

O texto concluiu informando “que a presença de sais em edificações pode, no decorrer do tempo, gerar problemas cumulativos que afetam as estruturas”. Necessita, no entanto, que os proprietários realizem manutenções, acompanhadas por profissionais habilitados, para o tratamento da fenômeno.

O documento considerou imóveis localizados nos bairros do Bom Parto e do Flexal de Baixo, em Bebedouro, ambos localizados fora do Mapa de Ações Prioritárias 04, em vigor desde dezembro de 2020, ou seja, fora da área afetada pela instabilidade de solo provocada pela atividade de mineração.

Nos imóveis visitados os técnicos encontraram “paredes com presença de umidade ascendente por capilaridade; edificações próximas da lagoa, em regiões onde há a presença de lençol freático em baixa profundidade; regiões suscetíveis a alagamento; materiais construtivos irregulares e sem o devido acompanhamento de dosagens, a exemplo de blocos cerâmicos com coloração irregular e presença de saibro na argamassa; e ausência de sistema de impermeabilização adequado”.

Imóveis vistoriados são localizados as margens da Lagoa Mundaú. Foto: Isabela Keyla Silva/Defesa Civil de Maceió.

Segundo o engenheiro civil do Cimadec, Victor Azevedo, o fenômeno é comum na construção civil e está associado a presença de cal livre nos materiais de construção e a presença de umidade.

“É bem comum. Com a presença de umidade dos materiais de construção civil, principalmente nos materiais que tenham cimento e calcário em sua composição, e com a presença de água ocorre a reação química e quando há a evaporação dessa reação os sais acabam se acumulando nas paredes”, explicou Azevedo.

Já o geógrafo do Centro Integrado, Walber Gama, acrescenta e explica que os locais são áreas de solos de mangue onde favorece o processo de capilaridade nas casas sitiadas nas margens da Lagoa Mundaú, o que, somado a outros fatores, contribuem com a incidência da umidade dos terrenos e das edificações.

“As casas que foram construídas ali aterraram uma área de mangue, que sofre com influência marinha. O solo, que já é encharcado por ser área da Lagoa Mundaú, ainda recebe água de áreas mais altas. Além disso, há a influência dos ventos, que passam por uma grande área de laguna, o que ajuda a manter a umidade alta no local”, conclui.

Erik Maia / Secom Maceió

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