Dívidas de usinas com fornecedores em Alagoas chegam a R$ 250 milhões

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A crise que afeta diversos setores da economia em todo o país também faz estragos entre fornecedores de cana de açúcar em Alagoas. De acordo com os plantadores, as dívidas das usinas com a categoria chegam a R$ 250 milhões. O assunto foi discutido esta semana em um encontro na capital.
O fornecedor José Soares explica que a situação já era crítica há 4 anos, mas que piorou bastante desde 2015. O valor estimado da dívida, segundo ele, é sem levar em consideração os juros e a correção monetária.

“Muitos de nós já venderam carro, venderam apartamento, venderam parte da fazenda para poder pagar adubo, para poder pagar produtos químicos, para continuar produzindo e não ver a cor do dinheiro”, desabafa Soares.

Das 18 usinas em atividade no estado, apenas quatro pagam em dia, segundo os fornecedores.
A preocupação agora é em encontrar estratégias para susperar a crise, que já levou alguns fornecedores a diminuir a produção.

Um deles foi Nilson Agra, da região de Atalaia. Ele conta que reduziu a produção de 30 toneladas para 15 toneladas. E já começou a introduzir outras culturas. “Essa ideia de diversificar foi justamente em função dessas inadimplências, mas a diiversificação demora. Além da cana, nós temos a grama para jardim, eucalipto e agora estamos com o programa do coco verde”.
A reportagem da TV Gazeta tentou contato com o sindicato do açúcar e do álcool, que representa as usinas, para saber como andam as negociações, mas não conseguiu resposta.
O presidente do Sindicato dos Cultivadores de Cana de Açúcar em Pernambuco, Gerson Carneiro Leão, participou do encontro com os fornecedores alagoanos. No estado vizinho, o setor sucroenergético enfrentou uma crise parecida, mas conseguiu se recuperar.
“A solução para o Nordeste, para essas usinas mal administradas, é serem geridas por fornecedores de cana, porque nós já mostramos que temos capacidade para isso, e temos que ter a ajuda do Estado”, defende Leão.
A Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri) está de olho na situação, e afirma que deve intervir. “Nós vamos agir como mediadores, não só na questão dos problemas atuais, mas também sugerir que sejam dicutidos os problemas futuros, ou a visão produtiva futura, relacionada à cana de açúcar e tudo aquilo que que pode acontecer, seja para evoluir, seja para repensar, seja para ter novas ideias, mas fazer com que toda essa classe de produtores do estado de Alagoas seja fortalecida”, disse o superitendente de desenvolvimento agrário da Seagri, Hibernon Cavalcante.

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