Diálogo e coletividade integram formação de técnicos da agricultura familiar

O Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater/AL) promoveu, durante toda a semana, o 4º módulo de formação de Agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural com o tema Metodologias Participativas, abordagem que busca a valorização do diálogo entre profissionais e agricultores.

O momento de aperfeiçoamento tem como base a necessidade de se desenvolver, no campo, ações de assistência técnica e extensão que, desde o seu planejamento, levem em consideração os anseios, necessidades e as condições ambientais, estruturais e culturais que rodeiam o agricultor.

Como destacado durante as aulas, que foram ministradas pelos consultores da Secretaria Especial da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead), José Rui Ferreira e Nejakson Alves Vidal, o modelo participativo prioriza as relações de diálogo, escuta e aprendizado, dando espaço a discussões conjuntas, com atuação direta do agricultor, para definição de planos e projetos de trabalho.

De acordo com o consultor Nejakson Vidal, a formação de agentes de Ater atua como ferramenta de sensibilização do profissional de assistência técnica, capaz de despertá-lo acerca da importância de se priorizar as reais necessidades do pequeno produtor rural assistido, o que requer uma atuação mais sensível.

“Primeiro, a gente precisa pensar na formação do profissional de agronomia e áreas correlacionadas, seja ela em nível superior ou técnico, em que as instituições formam profissionais para trabalhar estritamente com animais, não com o ser o humano. E o campo cobra da gente outra perspectiva, cobra a capacidade de entender a interação do homem com o meio em que vive para construir processos de transformação, ouvindo o agricultor para valorizar suas necessidades e interesses”, relatou.

Sobre o tema, o consultor José Rui esclareceu que o desenvolvimento participativo também faz referência à organização coletiva dos agricultores por meio de associações e cooperativas, por exemplo, fortalecendo as comunidades rurais para gerar crescimento através de políticas públicas, vendas das produções, emissão de documentos, obtenção de certificações e demais procedimentos que levam evolução ao campo, a principal essência da assistência técnica.

Grande parte do módulo foi concentrada em atividades de campo, com visitas a propriedades individuais e coletivas de agricultores familiares para a realização de avaliações e aproximação dos técnicos a práticas de sucesso.

No primeiro dia de campo, as equipes visitaram o agricultor Sebastião Santos, em Limoeiro de Anadia, e conheceram os avanços obtidos na produção e renda com a assistência da Emater. Já em Arapiraca, puderam conhecer a experiência do agricultor José Carlos, produtor de hortaliças com a aplicação de técnica hidropônica utilizando garrafas pet.

Na quarta-feira, segundo dia prático, as equipes se deslocaram até a associação da comunidade quilombola Carrasco, em Arapiraca, onde o trabalho de assistência social é desenvolvido.

 Formação

Os módulos de formação são divididos em duas turmas multidisciplinares e envolvem 60 técnicos das áreas de Agronomia, Veterinária, Zootecnia e Assistência Social. A aplicação de novos conhecimentos teóricos e práticos busca estimular o perfil de inovação e qualificação adotado pela Emater para a prestação de serviço aos agricultores familiares.

A iniciativa tem o acompanhamento direto da Sead e, segundo o coordenador-geral de Formação, Gereissat Rodrigues Almeida, o órgão, enquanto entidade do executivo, tem o objetivo de seguir apoiando atividades de aperfeiçoamento para melhorar o atendimento na ponta do processo, ou seja, ao agricultor familiar.

“Entendemos que existe uma necessidade muito grande de atender à ponta, que demanda muitas ações e aperfeiçoamento. E uma das respostas que a gente tem condições de oferecer é fortalecer a rede de assistência técnica com essas capacitações, apoiar a troca de conhecimento, ainda mais em um momento tão estratégico como esse em que temos projetos importantes como o assentamento Dom Helder e as ações da Anater sendo executados”, contou o Gereissat Almeida.

O coordenador-geral de formação da Sead ainda destacou o empenho do grupo de técnicos da Emater, que superam as adversidades e conseguem se sobressair e “fazer uma Ater digna”.

Ascom – 11/08/2017

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