Depois de crise, confederação de esportes aquáticos apresenta resultados para Olimpíada de Paris

Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Ciclo Olímpico Paris 2024 - Desportos Aquáticos. Dep. Luiz Lima PL-RJ; Rogério Romero - Gerente de Esporte do Minas Tênis Clube; Ricardo Moreira - presidente da Confederação Brasileira de Saltos Ornamentais (CBSO)
Comissão do Esporte debateu a situação dos esportes aquáticos

O presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Luiz Fernando Coelho, afirmou que a entidade saiu de um cenário de terra arrasada em 2019, após ter passado os dois anos anteriores com ocorrências como o impeachment do presidente da entidade, dirigentes sendo presos e problemas burocráticos com a federação internacional de natação.

O planejamento dos desportos aquáticos para a próxima Olimpíada foi discutido pela Comissão do Esporte da Câmara na terça-feira (24). O debate sobre o chamado ciclo olímpico Paris 2024 contou com a participação de representantes de entidades de modalidades aquáticas como natação, nado artístico, maratona aquática e polo aquático, além do Ministério do Esporte.

A CBDA passou por intervenções judiciais, tinha dívidas de todo tipo, inclusive trabalhistas, e nenhuma medalha na Olimpíada de 2016. Luiz Fernando destacou que a CBDA hoje é líder em ranking de transparência e prestação de contas. A confederação, que estava em último lugar em governança, melhorou em uma escala internacional que tem no máximo 20 pontos.

“Estamos em 18. A gente vai chegar lá. E para isso a gente obtém um benefício de 30 mil dólares, que será aplicado integramente nas federações. E a gente crê que, em breve, vamos ter um fruto”, disse.

Poucos recursos
Apesar da governança, o vice-presidente da CBDA, Renato Cordani, afirma que, financeiramente, os esportes aquáticos não estão tão bem, se comparados ao atletismo. “Apesar dessas dificuldades todas, dentro da piscina, a nossa confederação tem tido resultados muito bons. A nossa seleção feminina de polo aquático foi campeã do sul americano. Aqui o nosso Cauã Pereira nos saltos ornamentais, ele teve o melhor resultado olímpico da história da plataforma. São 100 anos de plataforma e agora em Tóquio o Cauã ficou em décimo lugar”, informou.

O secretário nacional de Alto Rendimento da Secretaria Especial do Esporte, Bruno Souza, elogiou a atual gestão da CBDA. “A gente espera que continue evoluindo para que essa preparação bem curta para Paris possa já surtir efeitos e tenho certeza que surtirá, porque a natação do Brasil merece”, disse.

Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Ciclo Olímpico Paris 2024 - Desportos Aquáticos. Rudá Franco - MEMBRO DO POLO AQUÁTICO DA COMISSÃO NACIONAL DE ATLETAS DA CBDA
O atleta Rudá Franco destacou a transparência na CBDA

Gestão e resultados
Na opinião do comentarista de natação Alexandre Pussieldi, não há como separar os resultados do processo de gestão, porque grandes resultados com má gestão serão pontuais, não serão repetidos. “Há a necessidade de que haja a gestão que está sendo feita, mesmo com alguma herança da terra arrasada, e o processo de resultado acontecendo. E essa união da boa gestão com bons resultados é que vai dar sustentabilidade para o esporte”, observou.

Os avanços foram reconhecidos pelo atleta de polo aquático e integrante da Comissão Nacional de Atletas da CBDA, Rudá Franco, que destacou o portal de transparência da confederação. “Isso é para mim uma das coisas mais importantes que mudou na CBDA. Quanto ao polo aquático, acredito que para esse ciclo de 2024 ainda é muito difícil se classificar através do pré-olímpico aquático. Acredito que a melhor maneira de se classificar para a Olimpíadas seja pelos jogos Pan-Americanos, apesar de ter Canadá e EUA como grandes rivais, que investem muito no esporte aquático”, afirmou.

Rudá sugeriu começar a pensar no ciclo para 2028 porque, como o Pan-Americano será nos Estados Unidos, eles já têm a vaga já como país sede e abriria a segunda vaga para o Brasil. “Esse seria o ciclo mais interessante para o polo voltar de novo aos Jogos Olímpicos”, observou.

Medalhas
Com a medalha de ouro de Ana Marcela Cunha na maratona aquática dos jogos olímpicos de Tóquio, realizados em 2021, o Brasil chegou a 17 medalhas em provas de natação. São 2 ouros, 4 pratas e 11 bronzes.

Nadador e ex-atleta olímpico, o deputado Luiz Lima (PL-RJ) afirma que os resultados alcançados nos últimos anos, especialmente após a destinação de recursos públicos das loterias, podem ser melhorados no próximo ciclo olímpico.

“A gente não aproveitou uma imagem como Edvaldo Valério, primeiro negro a representar o Brasil, a ganhar medalha, a gente teve César Cielo, campeão olímpico, que também deveria ter sido muito mais bem aproveitado, e recentemente nós temos a Ana Marcela. Então, cabe a cada confederação destinar parte do seu recurso na promoção do seu próprio produto”, disse o deputado.

As próximas audiências públicas da Comissão do Esporte sobre o ciclo olímpico Paris 2024 vão reunir representantes de entidades de vôlei (7/6) e judô (9/6).

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