Davi Maia apresenta denúncias de acúmulo de cargos e plantões simultâneos na Sesau

Durante a sessão ordinária desta terça-feira, 31, o deputado Davi Maia (DEM) deu continuidade a série de denúncias que vem fazendo no plenário da Casa sobre supostas ilegalidades na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Desta vez, o parlamentar acusa o secretário Alexandre Ayres de manter em seu gabinete quatro folhas salariais paralelas destinadas a pagamentos de seus “apadrinhados” e de transformar seu gabinete em um “cabide de empregos”. Maia denunciou a existência de novos servidores remunerados com “supersalários” através de esquema de plantões simultâneos. “Descobrimos que o sr. Ayres tem folhas de pagamentos paralelas dentro da Sesau para remunerar duplamente seus servidores pessoais. Aqueles que fazem parte de sua patota recebem dois salários da Sesau, o que é um escárnio com o dinheiro público”, disse o democrata.

De acordo com as novas revelações de Davi Maia, os pagamentos de supersalários não estariam sendo feitos apenas ao grupo do secretário Executivo da Saúde, sargento Marcos Ramalho, mas a outros servidores “apadrinhados” por Alexandre Ayres, a exemplo do fisioterapeuta Gustavo Soares Vieira, que teria realizado 87 plantões simultaneamente como gerente clínico do Hospital do Norte e como coordenador de reabilitação do Hospital Metropolitano. Maia disse que em suas investigações constatou ainda o nome de outro servidor, Rômulo de Luna Lessa, que constou 22 vezes nas escalas simultâneas do Metropolitano e Regional do Norte como fisioterapeuta e coordenador de reabilitação, respectivamente.

Na sequência, Davi Maia trouxe outra denúncia de irregularidade que estaria sendo praticada pelo secretário Alexandre Ayres: “os cabides de emprego nos hospitais”, acusou, citando desta vez o nome da secretária municipal de Saúde de Pariconha e psicóloga Gizely Tayllen Alves Sá, que estaria, mesmo proibida por força de lei, acumulando cargo em comissão no hospital de Delmiro Gouveia. “Ainda temos o caso do vereador Jamyl Cordeiro, que exerce o cargo de vereador de Delmiro Gouveia, ao mesmo tempo que recebe salários da Sesau e, como noticiado pela imprensa, exercendo o cargo de diretor do hospital de Delmiro”, criticou Davi Maia, informando que o Regimento Interno da Câmara Municipal de Delmiro não permite que vereador assuma cargo em comissão.

O pronunciamento de Davi Maia foi aparteado pelos deputados Ronaldo Medeiros (MDB), Antonio Albuquerque (PTB), Silvio Camelo (PV) e Dudu Ronalsa (PSDB). O primeiro, que é da base aliada do Governo, defendeu o gestor da Sesau, destacando os novos programas que estão sendo implementados pela Secretaria, a exemplo do “AVC dá Sinais”, o de saúde animal que irá garantir o controle de zoonoses em toda Alagoas, o da saúde mental, que está para ser lançado em outubro próximo, e das ações que foram realizadas para o combate da pandemia do coronavírus. “Caso exista alguma irregularidade, que os culpados sejam punidos”, disse Medeiros, no que foi seguido pelo líder do Governo na Casa, deputado Silvio Camelo.

Este ultimo disse ainda que viu nas falas de Davi Maia um discurso discriminatório quando se referia aos profissionais de fisioterapia e psicólogos, além de colocar em dúvida a possibilidade de o vereador assumir ou não outro cargo público, sem buscar o conhecimento do que está posto na Lei Orgânica do município. “Tudo isso tem que ser apurado, como Vossa Excelência está fazendo, mas tem que se ver até onde essa denúncia tem cabimento”, disse.

O deputado Antonio Albuquerque parabenizou Davi Maia pela atuação parlamentar, disse estar atento a todas as denúncias e que, apesar de não ter em mãos qualquer tipo de evidencia ou provas que as confirmem. Entretanto, se colocou à disposição e apóia qualquer iniciativa que possibilite aumentar a fiscalização dos fatos apresentados. “Quero dizer que pode contar com o meu mandato para subscrever o que entender necessário para a devida, minuciosa e transparente apuração de toda e qualquer uma dessas denúncias”, declarou. O deputado Dudu Ronalsa também se posicionou sobre as questões, pediu que as informações fossem encaminhadas para as Comissões de Saúde e de Direitos Humanos da Casa. “Para que a gente possa averiguar, até porque citam-se pessoas que estao em vários lugares ao mesmo tempo. O mais importante é que temos visto o secretário (Alexandre Ayres) perder o foco”, disse, avaliando que a Sesau está sem comando.

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