COVID-19: UTI Pediátrica do Hospital da Mulher utiliza musicoterapia para tratar pacientes

A música está ganhando, cada vez mais, o poder de remédio para aliviar males tão distintos quanto dor e depressão. Afinal, ela está presente em todas as fases da vida e dita o ritmo das mais variadas situações e momentos. Basta observar e perceber que, até mesmo os bebês recém-nascidos, fazem sons com a boca e são atraídos por barulhos muito antes de dizerem as primeiras palavras.

De olho nisso, em alusão ao Dia das Crianças, celebrado na segunda-feira (12), a equipe multiprofissional da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital da Mulher Dr.ª Nise da Silveira (HM) buscou explorar os benefícios da musicoterapia para contribuir com o processo de recuperação e cuidado dos pacientes internados com suspeita ou confirmação da Covid-19.

Segundo Ana Carolina Menezes, enfermeira da UTI Pediátrica do HM, a escolha da musicoterapia na UTI foi motivada em virtude de o recurso terapêutico humanizar e enriquecer a todos que dela participam, sobretudo os pacientes, que requerem assistência permanente, com uma monitorização contínua.

“Com essa ação, tentamos proporcionar aos pacientes e suas famílias um momento de relaxamento, visto que o ambiente hospitalar, especialmente a UTI, pode se tornar psicologicamente desconfortável para a criança. O nosso propósito é levar o bem-estar necessário para o tratamento dos pequenos, num momento tão delicado. Ao mesmo tempo em que a equipe promove, ela também se contempla da ação, quando participa, canta e dança”, destacou.

A apresentação ficou por conta do grupo “Musicalizando Vida”, formado pela pedagoga e especialista em Musicalização Infantil, Amanda Pimentel; pelo musicoterapeuta Leandro Monteiro; e pela professora de língua inglesa e enfermeira, Carolina Valdez, que utilizam seus dons em trabalhos voluntários há quatro meses. De acordo com Amanda Pimentel, a idealização do projeto começou justamente na sala de aula, quando ela observou as alterações de humor e de aprendizagem em crianças que passaram por processos médicos, em especial nas UTIs.

“A música dá essa recarga aos pacientes, tornando o processo hospitalar na UTI Pediátrica menos traumático para as crianças, por ser um ambiente que envolve muitos profissionais, remédios, insumos e alarmes acústicos dos equipamentos, entre outros. Queira ou não, quando as crianças observam isso, automaticamente elas remetem a algo ruim e, por sua vez, isso pode gerar uma situação de estresse muito grande, o que acaba ocasionando traumas, seja na infância ou na fase adulta”, afirmou Amanda Pimentel.

Com um repertório vasto, o grupo “Musicalizando Vida” cantou músicas que criaram uma familiaridade para as crianças e suas mamães – desde cantigas populares até sons mais atuais -, como o Mundo Bita, projeto de entretenimento infantil criado pelo músico e designer Chaps Melo. “A gente tenta trazer canções novas, geralmente quando vamos para o ambiente escolar. Mas, dentro de um hospital, o nosso foco é trazer mais acolhimento. Por isso, trabalhamos com um repertório diversificado, visando músicas que as crianças escutam em casa, como, por exemplo, “Viro, Vira, Virou”, “Ciranda, Cirandinha”, “Pintinho Amarelinho” e “Estátua”.

Além dessa ação, a equipe multiprofissional da UTI Pediátrica do Hospital da Mulher preparou uma programação diversificada, intitulada “Semana da Criança”, que vai acontecer até sexta-feira (16). A ação vai contar com uma oficina de brincadeiras adaptadas, roda de conversa com as mães, pintura facial nas crianças e musicalização com fantoches.

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