COVID-19: mundo bate recordes de casos diários 9 vezes em outubro

Enquanto companhias farmacêuticas e universidades de todo o mundo correm contra o tempo para chegarem a vacinas que combatam efetivamente a disseminação do novo coronavírus, recordes relacionados à covid-19, infelizmente, continuam sendo batidos – e, apenas em outubro, houve ao menos nove deles. Se em 04/10 foram registrados 327.964 novos casos ao redor do globo, em 24/10 o número chegou a impressionantes 468.409.

A evolução da curva ocorre no momento em que a Europa enfrenta a segunda onda de contaminações – tendo se tornado, novamente, o epicentro da doença –; os Estados Unidos seguem empreendendo uma verdadeira batalha contra um aumento expressivo de infecções (que chegaram 85.085 em 23/10); e a China teme o ressurgimento do surto em seu território, com 137 novos registros e o lançamento de uma campanha massiva de testes no noroeste do país (que examinou 4,75 milhões de habitantes da cidade de Kashgar e suas proximidades, na província de Xinjiang).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 46% detecções da semana passada ocorreram no Velho Continente, que responde pelo total de um terço das mortes causadas pelo Sars-CoV-2. Ações de contenção específicas e localizadas foram executadas na tentativa de frear a situação, mas, surtindo pouco efeito, foram convertidas em medidas mais duras em diversas regiões.

Um dos exemplos foi a decisão alemã, tomada nesta quarta-feira (28), de paralisar parcialmente por um mês uma série de atividades, assim como de fechar restaurantes, bares, instalações de lazer e institutos culturais, incluindo óperas e teatros, durante o período.

A França seguirá, a partir desta sexta-feira (30/10), um caminho parecido, pois, de acordo com o presidente Emmanuel Macron, o país corre o risco de ser “dominado por uma segunda onda que, sem dúvida, será mais difícil que a primeira.”

Confira, abaixo, os números mais altos registrados neste mês:

  • 04/10: 327.964 novos casos
  • 08/10: 353.322 novos casos
  • 09/10: 360.664 novos casos
  • 10/10: 390.745 novos casos
  • 16/10: 401.249 novos casos
  • 17/10: 412.681 novos casos
  • 22/10: 441.857 novos casos
  • 23/10: 456.936 novos casos
  • 24/10: 468.409 novos casos

Comprometimento coletivo

Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, defende que as nações devem fazer de tudo para protegerem seus profissionais de saúde, responsáveis pelo tratamento de infectados, e que a melhor maneira de concretizar essa intenção é que cada um tome todas as precauções indicadas para reduzir as chances de contaminação. “Ninguém quer que novos lockdowns aconteçam, mas, se desejamos evitá-los, temos de fazer nossa parte”, disse.

Ainda segundo ele, não é possível recuperar a economia ou voltar à vida de antes neste momento. “Podemos manter nossas crianças nas escolas, podemos manter os negócios abertos, podemos preservar vidas. Podemos! Entretanto, temos de fazer concessões, firmar compromissos e estar dispostos a sacrifícios”, complementa o diretor – que ressalta a necessidade de respeito ao poder da doença.

“Em lugares nos quais houve divisões políticas em nível nacional e desrespeito flagrante à ciência e aos profissionais de saúde, a confusão se espalhou e o número de casos e de mortes aumentou.”

Michael Ryan, diretor-executivo do programa de emergências em saúde da OMS, concorda com Adhanom e se diz frustrado com teorias conspiratórias e campanhas negacionistas, ainda que reconheça que nem todos tenham conhecimento o suficiente para entenderem a escala do problema.

Indo além, Ryan questiona: “Como convencer alguém a agir se não houver a crença de que realmente existe uma ameaça? Persuasão é um debate, é um diálogo, envolve a troca de recursos entre pessoas. Governos precisam persuadir seus povos a fazerem a coisa certa, mas é preciso haver apoio para que o movimento aconteça.”

“Uma pandemia não é um futebol político. O pensamento positivo ou o desvio deliberado não impedem as transmissões ou salvam vidas. Ciência, soluções e solidariedade é que vão salvá-las”, finaliza Adhanom.

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