Copa do Brasil começa com muita grana em disputa e distâncias continentais

Dezesseis candidatos por vaga. Poderia ser a estatística de um difícil vestibular, ou de um concorrido concurso público, mas é a situação da Copa do Brasil, que tem o pontapé inicial nesta terça, com o confronto entre River-PI e Fluminense, às 21h30. Será um torneio de extremos em vários sentidos, a começar pela dificuldade. Os 80 times que iniciam a competição se enfrentarão em quatro fases eliminatórias, as duas primeiras com jogo únicos e as duas seguintes com ida e volta. Só cinco sobreviverão.

Daqui a três meses, depois de 90 jogos, os classificados se juntarão ao 11 já garantidos nas oitavas de final. E é aí, com a chegada dos clubes que estão na Libertadores e dos campeões da Série B, Copa do Nordeste e Copa Verde, que começam os 30 confrontos que definirão o milionário campeão, que receberá, ao todo, R$ 70 milhões (se passar por todas as fases), um recorde na história de competições entre clubes no Brasil.

O extremismo também vem na premiação, e de forma parcelada: só por competir, os 80 clubes recebem cotas variadas entre R$ 525 mil e R$ 1,05 milhão, dependendo de sua posição no ranking da CBF e em que divisão estão no Brasileiro. Passar de fase já vale mais um cheque que pode ser de R$ 625 mil a R$ 1,25 milhão. Os cinco sobreviventes das quatro primeiras fase podem embolsar, até maio, R$ 5,65 milhões. Um orçamento que pode salvar o semestre de muito time grande, e ser um prêmio de loteria para clubes pequenos que consigam cumprir o tradicional papel de zebra da competição.

E o dinheiro é espalhado pelos quatro extremos do país. Se a abertura, hoje, é na nordestina Teresina, no Piauí, amanhã já tem jogo na paranaense e sulista Foz do Iguaçu, o confronto entre o estreante Foz do Iguaçu-PR e Boa Esporte-MG. Mesmo protocolo, torneio e premiação, a 3 mil quilômetros de distância.

Do Oiapoque ao Chuí

O Brasil de Pelotas é o clube mais ao sul da Copa do Brasil (enfrenta o Atlético Tubarão-SC), fora de casa. Do outro lado da bússola está a capital de Roraima, Boa Vista, sede do São Raimundo, o clube mais ao norte. Um confronto entre os dois é quase impossível nesta edição, mas se vencer o América-MG, no dia 13, em casa, e o Juventude passar pelo Palmas, no Tocantins, os gaúchos terão que visitar Roraima na fase seguinte, diz o Extra.

Rio Branco e Galvez, no Acre, e o Botafogo-PB, em João Pessoa, completam, a oeste e leste, os pontos cardeais da Copa do Brasil de 2019.

Há também quem viaje sem precisar. O cearense Ferroviário enfrenta o Corinthians “em casa”. Aproveitou e vendeu o mando de campo: vai jogar em Londrina, no Paraná, tentando lucrar com a bilheteria.

A bola rola hoje e o campeão só sai no dia 11 de setembro, data da final. O caminho, definitivamente, é longo.

A maior viagem

A viagem mais longa desta primeira fase será do Avaí. O time catarinense, promovido para a Série A, sairá de Florianópolis e terá que enfrentar o Real Ariquemes, em Ariquemes, interior de Rondônia, em jogo marcardo para o dia 13. Em linha reta, são 2484 quilômetros de distância entre as cidades.

Se um torcedor avaiano quiser ir de avião, saindo um dia antes do dia do jogo e voltando na manhã seguinte, terá que pagar cerca de R$ 2 mil para ir e voltar. Além de caro, cansativo: terá que fazer conexões em Campinas e Cuiabá, e mais 200km de carro de Porto Velho até Ariquemes depois. De ônibus, dá para ir até Joinville-SC e de lá seguir para Rondônia: são duas passagens, dois dias e cinco horas de viagem para 90 minutos de futebol.

05/02/2019

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