Convocados têm poucas Copas no currículo, mas alta média de idade: 10 curiosidades na lista de Tite

Tite montou uma base tão fixa na seleção brasileira, que alguns jogadores com pouco tempo de rodagem na equipe nacional até parecem ser veteranos. Experiência em Copas do Mundo, porém, não pode ser considerada uma das virtudes do elenco montado pelo comandante. Dos 23 convocados, apenas seis estiveram presentes anteriormente em uma edição do Mundial: Thiago Silva, Marcelo, Fernandinho, Paulinho, Willian e Neymar. Juntamente com a Copa de 2014, é o menor número da lista final desde 1958. E de todos esses, apenas Thiago Silva vai para a sua terceira participação no torneio, reserva também em 2010. São apenas sete Copas no currículo do grupo.

Dá para dizer que este número é ocasional. Daniel Alves, por exemplo, certamente engrossaria esta relação. E alguns dos escolhidos por Tite tinham bola para estar presentes Copas passadas, especialmente Filipe Luís e Miranda. Não deixa de ser um indício, de qualquer forma, do processo de renovação que atravessa a seleção brasileira neste intervalo. Tirando uma espinha dorsal que se manteve desde os 7 a 1, foram incluídas peças vitais – como Marquinhos, Casemiro, Philippe Coutinho e Gabriel Jesus. Jogadores que possuem suas experiências em torneios internacionais e Eliminatórias, mas não necessariamente no Mundial, informa o MSN.

Um detalhe interessante, aliás, é olhar para os goleiros. Alisson, Ederson e Cássio nunca estiveram presentes nem como reservas em Copas anteriores. É a primeira vezes desde o Mundial de 1990 que isso acontece. Na ocasião, Taffarel se afirmava como titular absoluto desde os Jogos Olímpicos de 1988, contando com Zé Carlos e Acácio como os seus reservas. Depois disso, sempre houve uma continuidade – seja com o próprio Taffarel, Dida ou Júlio César, que passaram o bastão entre si como titulares, com a participação esporádica (e vital) de Marcos no meio deste ciclo.

Abaixo, separamos mais algumas curiosidades relacionadas a números e detalhes na lista, confira:

– A média de idade da Seleção, neste momento, é de redondos 28 anos. É a terceira maior do Brasil na história das Copas, abaixo apenas de 2006 e 2010. Thiago Silva, Miranda e Fernandinho são os mais velhos, todos com 33 anos. Em compensação, Gabriel Jesus é o único abaixo dos 24 anos. Vale ponderar a importância da geração nascida entre 1991 e 1993, que coincidiu nas seleções de base. São nove jogadores desta faixa etária, em etapa importante dentro do processo de renovação do elenco a partir de 2010.

– Pela segunda Copa consecutiva, a Premier League é o campeonato que mais fornece jogadores à seleção. Seis atletas atuam na Inglaterra: Ederson, Danilo, Willian, Fernandinho, Firmino e Gabriel Jesus. Logo depois aparece Espanha, com cinco jogadores. Três vieram de Itália, outros três do Brasil e outros três da França. São dois da Ucrânia e, por fim, um da China. Até 2002, a maioria dos liberados vinha do Brasil; em 2006 e 2010, da Itália; já em 2014, da própria Inglaterra.

– Não é a primeira vez que um jogador em atividade no futebol asiático é convocado à Copa pelo Brasil. Em 1994, Ronaldão se tornou o pioneiro, atuando na J-League. Já em 1998, a dupla de volantes titular, formada por Dunga e César Sampaio, também defendia clubes japoneses. Assim, Renato Augusto é o quarto “asiático”, o primeiro da China.

– Em compensação, um campeonato nacional que perdeu espaço na Seleção foi a Bundesliga. Desde 1990, sempre um jogador em atividade no futebol alemão vestia a Amarelinha nas Copas, o que não deverá ocorrer em 2018. São eles: Jorginho (1990 e 1994), Dunga (1994), Paulo Sérgio (1994), Emerson (1998), Lúcio (2002 e 2006), Juan (2006), Zé Roberto (2006), Gilberto (2006), Grafite (2010), Josué (2010), Dante (2014) e Luiz Gustavo (2014). Rafinha era o mais cotado desta vez, o que não aconteceu. Mas vale lembrar que Emerson chegou de última hora em 1998.

– O Manchester City forma a principal “base” da seleção, com quatro atletas convocados: Ederson, Danilo, Fernandinho e Gabriel Jesus. É o mesmo número oferecido pelo Chelsea em 2014. O Paris Saint-Germain, com três atletas, aparece logo atrás dos Citizens. Fernandinho, em 2014, havia sido o único representante dos celestes nos Mundiais anteriores. E sobre a tal “cota Shakhtar”, Bernard tinha sido o único até o Mundial passado, com Fred e Taison dobrando este número agora.

– Pela sétima Copa do Mundo consecutiva, o Barcelona terá um jogador convocado pelo Brasil à Copa, uma tradição que começou em 1994. Nenhum outro clube desfruta de uma sequência tão grande quanto os blaugranas, desta vez representados por Paulinho e Philippe Coutinho. Anteriormente foram Romário, Giovanni, Rivaldo, Ronaldinho, Daniel Alves e Neymar. Real Madrid e Internazionale têm ao menos um convocado desde 1998. Destaque também à Roma, que, desde 1994, só não teve ninguém em 2006, mas compensa com Falcão em 1982.

– Geromel é o primeiro jogador do Grêmio convocado à Copa do Mundo desde 2002, quando Anderson Polga  e Luizão foram pentacampeões do mundo. São nove os tricolores na história dos Mundiais – também Alcindo, Everaldo, Paulo Isidoro, Batista e Valdo, além do paraguaio Rivarola. Já o Corinthians não emplacava um atleta desde 2006, quando Ricardinho representou o Brasil, enquanto Carlos Tevez e Javier Mascherano defenderam a Argentina. A lista alvinegra é mais extensa, com 26 convocados, a partir de 1938. Como 2006 e 2010, esta é a Copa com menos jogadores da Seleção em atividade no Brasil, três no total.

– Esta é apenas a segunda Copa do Mundo da história que um jogador de clube carioca não foi convocado à Seleção, além de 2006. Os paulistas, em compensação, voltaram, ausentes apenas em 1930 e 2014. Já os gaúchos terão ao menos um jogador de seus clubes vestindo a Amarelinha pelo 11° Mundial – 1934, 1950, 1966 a 1990, 2002 e agora 2018.

Nove jogadores são paulistas, maioria na Seleção. São também quatro cariocas, quatro gaúchos, dois mineiros, dois paranaenses, um catarinense e um alagoano. Sete jogadores se profissionalizaram por clubes paulistas, três pelo Corinthians, e três por clubes cariocas. Destaque para o trabalho formativo dos sulistas. São seis que deslancharam nos clubes gaúchos (três do Internacional), dois em catarinenses e dois em paranaenses.

14/05/2018

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