Consumo das Famílias apresenta redução de 1%, em novembro

Pelo décimo mês consecutivo, os dados da capital de Maceió apresentam queda no Índice de Consumo das Famílias (ICF). A pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aponta que em novembro houve redução de 1% no consumo, frustrando a análise de outubro que, mesmo apresentando queda apontava viés de alta.

Como os dados de endividamento e inadimplência na capital também apresentam queda há alguns meses, isso pode significar que os consumidores da capital estão reduzindo seu consumo e tentando quitar suas dívidas antes de retomarem as compras para o mês de dezembro, segundo explica Felippe Rocha, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL).

Em nível de vendas, de janeiro a outubro Alagoas teve queda acumulada de 4,1%, quando comparado ao mesmo período do ano passado, conforme dados da pesquisa mensal do Comércio do IBGE. Mas o estado vem apresentando recuperação, tendo o volume de vendas crescido 1,4% entre outubro e setembro; um aumento de 7% comparado ao mesmo período de 2019.

Os dados do Caged demostram cinco meses consecutivos, entre julho a outubro, de retomada de postos de trabalho no estado. E, em Maceió, agosto é apresentado como o primeiro mês de recuperação de empregos após o isolamento social, gerando mais de 800 postos de trabalho. Em setembro, os números são ainda mais animadores, com 2.239 empregos criados e todos os segmentos econômicos contratando. E, em outubro, mais 2.134 empregos foram criados, gerando um saldo de 5.173, tendo, mais uma vez, todos os segmentos da economia como empregadores.

Como reflexo, os dados da pesquisa de consumo das famílias apontam que o indicador sobre a manutenção de emprego atual apresentou fortalecimento, com crescimento de 0,3%. “Considerando que no mês anterior [outubro] houve alta de 0,4%, pode-se dizer que os consumidores estão com menos medo de perderem seus postos de trabalho, o que ajuda a reduzir as incertezas e a elevar os níveis de consumo no futuro próximo, já que a recuperação do consumo ainda não aconteceu na economia da capital”, afirma o economista.

Contudo, embora os dados sobre o emprego atual sejam positivos, os cidadãos da capital não confiam que ocorra melhora em sua perspectiva profissional no horizonte até o final do ano, o que fez com que este subindicador recuasse 2,4%, em novembro; queda menor do que a registrada em outubro (5,4%). “Como ainda vivenciamos os efeitos da pandemia, a confiança em manter o emprego é alta, mas como os empresários tiveram muitos prejuízos, dificilmente os colaboradores vão receber melhoria em seus rendimentos”, estima Felippe.

A percepção de que a renda atual é superior ao mesmo período do ano passando permanece em alta, crescendo 1,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, mesmo que a inflação de novembro tenha sido a mais alta para os últimos cinco anos (0,89%) e que a inflação da cesta básica tenha ultrapassado os 20% este ano. A situação é explicada pela ilusão monetária em decorrência do recebimento do auxílio emergencial e do saque emergencial do FGTS, além dos empréstimos que as micro e pequenas empresas obtiveram ao longo do ano; fatores que ajudam na circulação mais rápida de moeda e trazem uma falsa percepção de riqueza, que é temporária.

Embora novembro tenha sido marcado pela Black Friday, as compras a prazo cresceram apenas 0,8% e o nível de consumo atual, comparado ao mesmo período do ano passado, cresceu apenas 0,3%, enquanto as perspectivas de consumo caíram 8%. E como os consumidores compreendem que dezembro será o último mês de auxílio emergencial, não vendo possibilidade de renda adicional no futuro, a aquisição de duráveis caiu 3,5%.

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