Conselheiros do TCE de SP receberam propina para prorrogar contratos de obras, diz delator

Fábio Gandolfo disse que o ex-governador José Serra foi um dos beneficiados do esquema; senador nega.

Tribunais criados para fiscalizar as contas dos governos estaduais estão sob suspeita de corrupção. Um delator da Odebrecht afirma que a empresa pagou propina a integrantes dos Tribunais de Contas de São Paulo e do Rio. As informações são do Jornal Hoje.

Para prorrogar os contratos das obras do Metrô de São Paulo – com mais de dez anos de atraso, o delator Fábio Gandolfo, ex-diretor superintendente de infraestrutura da Odebrecht, disse que houve pagamento de propina e que conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo teriam sido beneficiados. Quando ele assumiu a obra, soube pelo antecessor dele, que existia um acordo.

“Esse compromisso assegurava a aprovação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para esses aditivos, por que você precisava de um aditivo contratual para estender esse prazo de eficácia fossem aprovados”, disse o delator Gandolfo. Questionado se compromisso nesse caso então era sinônimo de propina, ele respondeu: “Propina, propina. Resumo: nós tínhamos já 20 aditivos contratuais sem ter iniciado o contrato.”

O delator disse que na época foi um bom negócio para empresa. Mas ele não citou nomes de membros do Tribunal de Contas de São Paulo.

“Não sei se esse acordo envolvia todos os conselheiros, um conselheiro ou o quadro técnico do metrô, perdão, do TCE. A contrapartida foi que a gente teve o contrato válido, a contrapartida foi que nós tivemos a possibilidade de tocar o contrato”, afirmou Gandolfo em depoimento.

“Recebimento integral dos valores, foi um contrato que nós nunca tivemos atraso de pagamentos, pagaram a gente regularmente. Valeu a pena sob o aspecto econômico e comercial. Evidentemente que hoje não vale a pena pelo aspecto penal.”

Fábio Gandolfo disse que o ex-governador José Serra foi um dos beneficiados.

“Tinha um compromisso da empresa com uma determinada pessoa e que a gente deveria pagar 3%. Mas que não seriam pagamentos regulares, mensais. Seriam pedidos a medida que fosse necessário. Foi dado o codinome para essa pessoa de “Careca”. Foi me dito depois, então, que era o José Serra. Agora, nunca me disseram assim que era o José Serra na pessoa física. Me disseram assim, que é o José Serra que coordenava a parte de arrecadação ou tinha relação.”

A assessoria de José Serra afirmou que o senador nunca recebeu vantagens indevidas da Odebrecht, nem tomou medidas que tenham favorecido a empresa em nenhum dos cargos que ocupou em sua carreira pública.

A nota conclui dizendo que a abertura da investigação é útil para comprovar a lisura de sua conduta.

A Secretaria dos Transportes Metropolitanos de São Paulo informou que acompanha com atenção as delações e defendeu a aplicação da lei no caso da participação de funcionários em qualquer tipo de crime

O Tribunal de Contas de São Paulo reiterou a disposição de prestar todas as informações necessárias para o esclarecimento dos fatos e determinou o levantamento da situação de todos os processos referentes aos contratos citados

Outros delatores falaram sobre a relação da odebrecht com o tribunal de contas do rio de janeiro.

De acordo com os depoimentos deles, houve pagamento de propina para membros do tribunal. O dinheiro veio da assinatura do contrato para as obras do maracanã. A odebrecht fazia parte de um consórcio, junto com outras duas construtoras.

O ex-diretor de contratos da Odebrecht, Marcos Vidigal, contou que o secretário de governo do Sérgio Cabral do Rio, Wilson Carlos fazia a intermediação. Cabral e Wilson Carlos estão presos.

No Rio de Janeiro nem o tribunal de contas nem as defesas de Sérgio Cabral e de Wilson Carlos quiseram se manifestar.

O Jornal Hoje não conseguiu contato com José Maurício Nolasco e Jonas Lopes.

g1

18/04/2017

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