Ciro diz que prefere enfrentar Haddad, e não Bolsonaro, no 2º turno

O candidato à presidência da República Ciro Gomes (PDT) disse, nesta quinta-feira 27, em entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco, que prefere enfrentar o petista Fernando Haddad em um eventual segundo turno. Para o pedetista, esta é uma forma de proteger o país do “poço sem fundo do Bolsonaro“.

“É claro que eu deveria dizer venha quem vier, mas precisamos proteger o Brasil do poço sem fundo do Bolsonaro. Eu e o Haddad seria uma disputa entre dois democratas, duas pessoas respeitadas, que respeitam a democracia, as diferenças, portanto, independentemente de ser mais fácil para mim derrotar o Bolsonaro, eu preferiria, para proteger o Brasil, que eu fosse com o Haddad”, disse Ciro Gomes.

Questionado sobre a declaração dada no debate dos presidenciáveis do SBT, em parceria com o jornal Folha de S. Paulo e o portal UOL, de que, se possível, governaria sem o apoio do Partido dos Trabalhadores (PT), Ciro Gomes alegou que o país precisa ultrapassar o “clima de ódio e confrontação” criado pelo PT e pela polarização que, segundo o candidato do PDT, teve sua origem nas eleições de 2014, quando o PSDB, representado pelo candidato Aécio Neves, não reconheceu a vitória de Dilma Rousseff (PT). “O preço está sendo pago pelos milhões de desempregados”, criticou Ciro.

Reta final de campanha

Ciro Gomes relativizou seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto, porque a população “ainda não amadureceu seu voto”. O pedetista reconheceu a força do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Nordeste, mas ressaltou que ele não é o candidato. “Que o Lula é uma pessoa bem querida, está de bom tamanho, mas o Haddad é o Lula? A resposta, infelizmente, é não”, ironizou. Por isso, Ciro disse estar “bem seguro” de que pode crescer nas pesquisas.

Títulos de eleitores cancelados

Para Ciro Gomes, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter o cancelamento dos títulos dos eleitores que não realizaram o cadastramento biométrico é “mais uma aberração do Judiciário”, porque “mexe com o direito sagrado do povo votar”. Com isso, cerca de 3,3 milhões de eleitores não poderão votar nas eleições de outubro porque não compareceram aos cartórios eleitorais nos municípios em que houve o recadastramento para identificação biométrica. O pedetista destacou que a maioria dos atingidos pela medida é pobre, uma parcela da população que “não é obrigada a ter notícia pela televisão, pelo rádio” porque, em alguns casos, “não tem televisão ou trabalha de noite”. “Só na Bahia, 1 milhão de brasileiros vai ficar sem votar e,  pior, não estão nem sequer sabendo de que não vão votar”, acrescentou.

28/09/2018

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