País foi um dos que anunciaram restrição à carne brasileira após Carne Fraca. Nota divulgada pela embaixada chinesa também defende intensificação da cooperação entre os dois países.
A Embaixada da China no Brasil informou, por nota, que espera que o governo brasileiro investigue e puna com severidade empresas e pessoas envolvidas em irregularidades investigadas dentro da Operação Carne Fraca.
O governo chinês foi um dos que anunciaram, na segunda (20), restrições à importação de carne brasileira após a divulgação dos resultados da operação pela Polícia Federal, que apura indícios de corrupção envolvendo fiscais agropecuários e frigoríficos, além de irregularidades como a venda, no Brasil e no exterior, de carne vencida e estragada.
“As autoridades competentes do governo chinês já tomaram medidas preventivas e provisórias de proteção. Esperamos que o governo brasileiro investigue, de modo aberto, transparente e aprofundado, os casos relacionados, puna com severidade as empresas e indivíduos que cometam irregularidades, comunique atempadamente (sic) à parte chinesa o andamento das investigações e providencie as informações pertinentes”, diz a nota, divulgada nesta terça (21).
No documento, a embaixada não deixou claro se a restrição para a entrada de carne brasileira no mercado chinês se mantém, mas afirmou que notou “que a parte brasileira já se comprometeu formalmente a tomar medidas mais rigorosas no controle de qualidade dos alimentos, garantindo a segurança e a confiabilidade dos produtos de carnes e demais alimentos que o Brasil exporta para a China.”
Restrição
Após as denúncias da Operação Carne Fraca, a China proibiu o desembaraço de carne importada do Brasil. Na prática, a proibição impede que a carne que chega aos portos chineses seja direcionada aos mercados. A China também pediu mais informações ao governo brasileiro sobre as irregularidades investigadas na Carne Fraca.
Na noite de segunda-feira (21) uma equipe do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento fez uma videoconferência com autoridades chinesas para esclarecer dúvidas.
De acordo com a nota da embaixada, “as autoridades de controle da qualidade dos nossos dois países devem intensificar a cooperação, levando a cabo as ações conjuntas e tomando as providências necessárias, para prevenir e resolver os eventuais problemas no comércio agrícola bilateral.”
A nota diz que China e Brasil são parceiros comerciais importantes e que a evolução na relação traz benefícios substanciais aos dois países.
Em coletiva de imprensa no final da tarde de segunda, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que tomaria medidas duras contra países que determinassem a restrição total de compra de carnes de Brasil. O governo brasileiro trabalha para minimizar o impacto das denúncias feitas pela Polícia Federal e defende que as medidas fiquem limitadas aos 21 frigoríficos investigados.
Também na segunda, Maggi anunciou a suspensão das exportações de carnes produzidas nos 21 frigoríficos sob suspeita.
Saiba quais são os 21 frigoríficos investigados, segundo o Ministério da Agricultura:
- Frigorífico Oregon (Apucarana-PR)
- Frango DM Indústria e Comércio de Alimentos (Arapongas-PR)
- Seara Alimentos (Lapa-PR)
- Peccin Agro Industrial (Jaraguá do Sul-SC)
- BRF (Mineiros-GO)
- Frigorífico Argus (São José dos Pinhais-PR)
- Frigomax Frigorífico e Comércio de Carnes (Arapongas-PR)
- Industria e comercio de Carnes Frigosantos (Campo Magro-PR)
- Peccin Agro Industrial (Curitiba-PR)
- JJZ Alimentos (Goianira-GO)
- Balsa Comércio de Alimentos Eireli (Balsa Nova-PR)
- Madero Indústria e Comércio (Ponta Grossa-PR)
- Frigorífico Rainha da Paz) (Ibiporã-PR)
- Indústria de Laticínios S.S.P.M.A. (Sapopemba-PR)
- Breyer & Cia (União da Vitória-PR)
- Frigorífico Larissa (Iporã-PR)
- Central de Carnes Paranaense (Colombo-PR)
- Frigorífico Souza Ramos (Colombo-PR)
- E.H. Constantino & Constantino (Londrina-PR)
- Fábrica de Farinha de Carnes Castro (Castro-PR)
- Transmeat Logística, Transportes e Serviços (Balsa Nova-PR)
g1
21/03/2017