Chega a 24 o número de mortos após desabamentos no Rio

Uma das vítimas que tinham sido resgatadas com vida após o desabamento de dois prédios na Muzema, Zona Oeste do Rio, Adilma Ramos Rodrigues, de 35 anos, morreu na madrugada desta segunda-feira. Com isso, o número de mortos na tragédia ocorrida na manhã do último dia 12 chega a 24. Segundo boletim médico do Hospital Unimed-Rio, na Barra da Tijuca, para onde Adilma foi transferida do Hospital Municipal Lourenço Jorge na última quinta-feira, ela morreu de síndrome de desconforto respiratório e hipoxemia refratária após sofrer politraumatismo.

O marido de Adilma, o pastor Cláudio Rodrigues, de 40 anos, também havia sido resgatado com vida dos escombros, mas morreu no próprio dia 12, pouco depois de dar entrada no Hospital Unimed-Rio em estado gravíssimo. A filha do casal, Clara, de 9 anos, teve apenas ferimentos leves. A família tinha se mudado para o local uma semana antes do desabamento.

Enterros

Ana Carla dos Santos Batista, de 30 anos, Jefferson da Silva Trajano, de 28 anos, compraram o apartamento no condomínio Figueiras do Itanhangá, na comunidade da Muzema, há seis meses “para morrer”, nas palavras de Edinaldo Queiroz Pereira, de 63 anos, tio de Ana. Toda a família, incluindo os dois filhos do casal (Arthur, de 4 anos, e Enzo, de 6) será enterrada na tarde desta segunda-feira, no cemitério do Caju.

– Eles moravam na Muzema de aluguel. Mas há seis meses compraram o apartamento. Compraram o apartamento para morrer. Eu nunca moraria num local como aquele – afirma Edinaldo.

Ele diz que chegou a visitar o apartamento no aniversário de Arthur, o filho caçula da família. Segundo ele, chamou a atenção que os prédios eram muito próximos um dos outros e ficavam colados numa encosta. As edificações, no entanto, não apresentavam problemas estruturais evidentes antes da chuva, segundo o familiar.

De acordo com Edinaldo, o pai de Ana Carla já é falecido. A mãe mora na Paraíba, mas chegou no Rio neste sábado para acompanhar o enterro da filha, do genro e dos netos.

Defesa Civil trabalha em laudo

A Defesa Civil municipal está finalizando o laudo sobre os riscos estruturais dos edifícios no entorno dos prédios que desabaram na Muzema, no condomínio Figueiras do Itanhangá. “Esse trabalho vai orientar as ações da Seconserva, que está à frente das demolições por risco estrutural. Por enquanto, não sabemos ainda mais detalhes sobre cronograma das ações, que estão sendo analisadas pelos técnicos da Prefeitura”, explicou a Secretaria de Conservação em nota, segundo o MSN.

No momento, as equipes da Defesa Civil confirmam dois prédios condenados estruturalmente para demolição: lote 93-A (prédio vermelho) e o lote 92 (ao lado, em construção). As equipes continuam no local realizando inspeções. Os dois imóveis já estão vazios, mas ainda há pertences (inclusive, móveis) de moradores no prédio vermelho (lote 93-A). O outro edifício estava em fase de construção. A Defesa Civil só poderá liberar o acesso ao imóvel após escoramento do mesmo, por conta do risco de queda.

Fim das buscas

Na madrugada de domingo, os bombeiros encontraram o corpo da última vítima da tragédia e encerraram as buscas. O corpo, localizado pouco depois da meia-noite, era de uma mulher, identificada como Juliana Martins de Souza Vicente, de 28 anos. Segundo a corporação, foram mais de 200 horas ininterruptas de trabalho de busca, e não há mais nenhuma pessoa desaparecida.

Ao todo, 24 pessoas morreram no desabamento de dois prédios do Condomínio Figueiras do Itanhangá, na Muzema. No Instituto Médico Legal (IML), além da mulher encontrada durante a madrugada, há os corpos de duas crianças, que foram encontrados na tarde deste sábado, mas ainda estão sem identificação. Duas pessoas permanecem hospitalizadas.

Nas buscas, os bombeiros contaram com o apoio do Exército, que enviou técnicos especializados e engenheiros para ajudar no resgate das vítimas.

22/04/2019

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