Celular só terá internet com velocidade mais rápida após 2020

GSMA prevê mais três anos até que a tecnologia 4G chegue à população

O 5G, nova banda de comunicação para dispositivos móveis que promete ser muito mais rápido do que o 4G e um dos principais suportes para a internet das coisas, só deve ter sua implantação iniciada em 2020.

Foi o que anunciou a diretoria da GSMA -órgão que reúne empresas do setor mobile, de operadoras a desenvolvedores de software e define padrões do mercado-, que tratou o 5G não como uma evolução, mas como um disruptor da quarta revolução industrial, durante entrevista no Mobile World Congress nesta semana, em Barcelona.

“É uma tecnologia que habilitará novos tipos de serviços, em especial no que diz respeito à automatização, é algo diferente do que vimos até agora”, comentou Marco Galvan, diretor sênior da GSMA.

A principal pauta da organização -que reúne o setor de telefonia móvel no mundo- junto aos governos é a modernização da regulamentação do mercado nos país, além de investimentos em infraestrutura para expandir a cobertura e universalizar o serviço.

“O 5G só se tornará uma realidade se encontrar condições para isso, com políticas públicas e investimentos adequados”, disse Galvan.

O presidente da GSMA na América Latina, Sebastián Cabello, foi enfático em afirmar que não veremos definições em 5G antes de 2020, quando o mercado espera que a regulamentação do espectro de frequência usado esteja resolvido.”Talvez tenhamos alguns países mais desenvolvidos, como Coreia do Sul, testando alguns sistemas antes disso, mas duvido que alguém vá produzir algo fora do padrão. Não é vantajoso criar um padrão paralelo e depois lidar com a incompatibilidade de equipamentos produzidos em larga escala”, comenta.

Segundo o cronograma anunciado, os Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul, em 2018, podem ser uma oportunidade de testar tecnologias com o público.

CONFUSÃO NOS ARES

Outro tema citado por Cabello durante a coletiva que afeta diretamente o Brasil é a liberação de espectro para uso do 5G. Algumas frequências já são utilizadas por outros tipos de serviços, como transmissões de TV.

Bastante cogitada para a nova tecnologia, o espectro de 28 GHz, por exemplo, é utilizado por satélites no país. Argentina e México também já demonstraram interesse na frequência de 600 MHz, descrita como “bastante ocupada” no Brasil.

Segundo o diretor, a liberação de frequências subutilizadas é um dos alvos da indústria de aparelhos móveisna América Latina. Ele diz ver com preocupação a demora na ocupação da frequência 700 Mhz no Brasil, que foi liberada com a transição da TV digital no Rio e São Paulo.

“A limpeza deste espectro no Brasil é uma de nossas prioridades, para que os operadores possam oferecer banda larga 4G LTE onde mais os usuários demandam.”

CRESCIMENTO DO 4G

As conexões 4G na América Latina cresceram 121% em 2016. Já são mais de 113 milhões de conexões deste tipo na região, puxados principalmente pelos smartphones, que respondem por 55% destas conexões. O Brasil responde por 60 milhões das conexões deste tipo e ainda mantém 123 milhões de 3G.

A expectativa é que, até 2020, os números acompanhem o crescimento e cheguem a 300 milhões de conexões na região, com o Brasil mantendo 141 milhões delas.

Notíciasaominuto

01/03/2017

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