CARA DE PAU: Ex-deputado Fernando Toledo usava pessoas carentes para desviar dinheiro público

“São inúmeros os depoimentos colhidos que atestam a tramitação atípica dos processos de pagamento”, diz ação

O fato é tão grave que alguns desses “felizardos apadrinhados por Toledo” encontravam-se cadastrados no Programa Federal Bolsa-Família, ou seja, seriam pessoas economicamente carentes, supostamente integrantes de núcleo familiar com renda per capita inferior a R$ 70,00 (setenta reais) mensais. Ainda assim, receberam, somente nas tais folhas suplementares de setembro e outubro de 2012, valores que chegaram a R$ 58.000 por servidor.

A ALE firmou em maio de 2009 um contrato com a Caixa Econômica Federal (CEF) num montante inicial de R$ 2 milhões devidos pela instituição à ALE, como custo para fins de captação, pela primeira, da folha de pagamento da segunda.  Posteriormente, em 2012, o então presidente da ALE, Fernando Toledo, manifesta-se favoravelmente à rescisão do contrato com a CEF, ao argumento de que um novo contrato mostrar-se-ia mais favorável ao Poder Legislativo Estadual. A proposta para a abertura do novo certame, em plena vigência de contrato anterior com a mesma instituição financeira , deu-se por iniciativa do Diretor-Geral da ALE à época, Luciano Suruagy do Amaral Filho.

“São inúmeros os depoimentos colhidos que atestam a tramitação atípica dos processos de pagamento e a insubsistência jurídica das movimentações bancárias. Os arquivos contidos no HD externo que se encontrava na Diretoria de Recursos Humanos da Assembleia, apreendido quando da execução do Mandado de Busca e Apreensão expedido nos autos da Ação Cautelar nº 0700085-56.2013.8.02.0066, contemplam cabal prova documental”, informou a ação do MPE.

E a denúncia continua: “Vale ressaltar que o débito produzido pelos parlamentares, ora demandados, com a ajuda dos “operadores” do criminoso esquema, ainda permanece em aberto, em flagrante prejuízo ao povo alagoano, já que tal montante, decorrente de tributos não recolhidos, poderia ter sido utilizado em áreas públicas essenciais, com vistas à mitigação do flagelo de que padece a classe alagoana menos favorecida economicamente. Saliente-se que toda essa manipulação fraudulenta se dava de forma intencional e capciosa, tendo agido os parlamentares e seus auxiliares consciente e deliberadamente, com o nítido intuito de ocultar valores de retenção e recolhimento obrigatório e que haveriam de ser transferidos, os quais restaram apropriados por terceiros, ligados de forma umbilical aos parlamentares ora acusados.

https://www.reportermaceio.com.br/conselheiro-de-crime-mp-acusa-fernando-toledo-de-sumir-com-mais-de-r-35-milhoes-da-assembleia-legislativa-de-alagoas/

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