Capitã da PM-AL é uma das autoras de livro que será lançado nesta sexta-feira (25)

Uma oficiala da Polícia Militar de Alagoas é uma das autoras do livro “Ensino, Pesquisa e Extensão Policial Militar: o caminho para a edificação das Ciências Policiais”. A obra coletiva fala sobre diversos temas dentro do Ensino Policial Militar, como uma forma de consolidar as Ciências Policiais. O lançamento pela editora Ultima Ratio, do Distrito Federal está marcado para esta sexta-feira (25).

“Rabdomiólise: insuficiência renal aguda causada por esforço físico em cursos operacionais de forças de segurança” é o título do artigo de autoria da Capitã Patrícia Soares de Lima que, além de combatente há 18 anos, também possui formação em Medicina. O coautor do texto é o irmão da militar, o Capitão da Reserva, Wagner Soares de Lima.

Para ela, este momento é muito importante, pois representa a consolidação de um estudo que foi evoluindo. “Tudo começou como podcast, evoluiu para um blog, se transformou em artigo e, finalmente, em capítulo do livro. Fico feliz por externar esse assunto na expectativa de que ele sirva como fonte de pesquisa para instrutores, comandantes, coordenadores de cursos e para os próprios alunos para que essa incidência diminua e que assim, lesões e até mesmo mortes possam ser evitadas”, disse a Capitã Patrícia.

Rabdomiólise – A Rabdomiólise consiste em uma insuficiência renal, mas que pode chegar a uma lesão renal aguda. Caracteriza-se pelo acúmulo de uma proteína chamada mioglobina nos rins. A mioglobina está presente nas fibras musculares. Quando acontece alguma lesão muscular, esta proteína é liberada, cai na corrente sanguínea e se acumula nos rins podendo causar os danos característicos da patologia em questão. O excesso de atividade física está entre os principais fatores para a formação desse quadro.

“Estes cursos, tantos os de formação quanto os de especialização, são muito importantes para a formação policial e cada indivíduo deve estar preparado física e psicologicamente para as situações que enfrentarão no dia a dia. Mas precisamos lembrar que cada aluno tem um limite, conforme condições pessoais próprias e tudo isso pode influenciar. É preciso estabelecer um protocolo de hidratação nos cursos e acompanhamento médico”, enfatiza a Capitã e médica.

A autora pontua que ainda existe uma lacuna na Polícia Militar sobre a temática e que se faz necessário conscientizar sobre os cuidados com o corpo, sobretudo em cursos mais intensos. A conhecida e repetida mentalidade de que “o militar é superior ao tempo”, precisa ser repensada para evitar que “o sonho de terminar um curso operacional não se transforme em uma baixa real”. No caso da rabdomiólise, o tempo da patologia é muito curto. “Um turno pode ser suficiente para desenvolvimento dessa doença que, infelizmente, pode ser fatal”, pontua a pesquisadora.

A ideia de se aprofundar e escrever sobre a temática foi despertada no ano 2020, após ver uma reportagem relatando um caso de um policial militar durante um curso operacional em determinada corporação, mas, a autora lembra que há registro de casos na PM alagoana. Ela então realizou a revisão de literatura – ainda carente no Brasil, porém a medicina americana tem um vasto conteúdo sobre rabdomiólise. Assim nasceu o artigo, que se transformou em capítulo do livro.

Autores – A Capitã Patrícia Lima ingressou na Polícia alagoana em 2002 como soldado. No ano de 2004 iniciou o Curso de Formação de Oficiais (CFO), se tornando aspirante 2006. Passou por unidades como 1º, 8º e 11º Batalhões de Polícia Militar (BPMs), Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), 2ª Seção do Estado-Maior Geral, Centro de Gerenciamento de Crises, Direitos Humanos e Polícia Comunitária (CGCDHPC) e unidades especializadas como Radiopatrulha (hoje, Rotam), Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) tendo o Centro de Operações Policiais Militares (Copom) como lotação mais recente.

Ao longo dos anos participou de cursos e estágios operacionais como Radiopatrulha e Patrulhamento Tático e também de Polícia Comunitária, chegando a ser enviada a Minas Gerais e também para o Japão para participar de formação pelo Método Koban. A militar também é especialista em Políticas de Gestão de Segurança Pública e possui MBA em Gerenciamento de Projetos.

Na área da saúde, é formada em Medicina pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e residente em Clínica Médica pelo Hospital Universitário Oswaldo Cruz, em Recife, pela Universidade de Pernambuco (UPE), além de atuar como pesquisadora do Grupo de Estudos Gênero e Educação Médica Medicina/Ufal e membro do Grupo de Estudos Estratégicos em Segurança Pública da Polícia Militar de Alagoas.

  • Wagner Soares de Lima é Mestre em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental (UNEB). Especialista em Gestão Pública e Bacharel em Administração (UFAL). Pós-graduando em Psicologia Junguiana Clínica (IDE) e graduando em Psicologia (Estácio). Servidor Técnico da UFPE, na área de Segurança Universitária. Membro do Grupo de Estudos Estratégicos em Segurança Pública da Polícia Militar de Alagoas. Capitão da reserva da PMAL, sendo aspirante 2003 pela Academia de Polícia Militar Senador Arnon de Mello (APMSAM).

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