Candidatos ao governo do Rio apresentam propostas tímidas para reconstruir o Museu Nacional

Em meio às agendas de campanha, os principais candidatos ao governo do Rio se manifestaram nesta segunda-feira sobre o incêndio no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, na noite de domingo. Apesar de lamentarem a tragédia, os postulantes ao Palácio Guanabara apresentaram poucas propostas concretas para recuperação do patrimônio cultural.

Eduardo Paes (DEM), que fez corpo a corpo com eleitores no bairro de Taquara, na Zona Oeste do Rio, se comprometeu a ajudar a reconstruir o museu, caso seja eleito.

— É lamentável e triste o que aconteceu ontem. Todos nós que vivemos no Rio, que frequentamos a Quinta da Boa Vista, temos uma memória afetiva daquele lugar. Mostra uma falta de zelo e de cuidado de patrimônio pelo governo federal. Eu, como governador, quero ajudar na reconstrução. Aliás, espero que governador, prefeito e presidente já anunciem isso hoje. Claro que o acervo é mais difícil de recuperar, mas que se faça o máximo possível — disse o candidato.

Paes lembrou que boa parte do patrimônio histórico nacional está localizado no estado do Rio e por isso, segundo ele, é fundamental que os recursos da cultura não sejam contingenciados.

— Quando eu estava Prefeitura, o orçamento da cultura sempre teve uma relevância muito grande e vai ser assim no estado. Vamos recuperar os equipamentos, que não são tantos assim, e aportar recursos — afirmou o ex-prefeito.

Candidato do Podemos, Romário também lamentou o incidente. Como senador, ele prometeu destinar R$ 1 milhão em emendas parlamentares ao Orçamento da União do próximo ano para a recuperação do equipamento educativo-cultural da UFRJ.

— Vou destinar R$ 1 milhão para a recuperação do Museu Nacional, já para 2019, específica para a restauração da cultura, ciência e história que eram preservadas no museu — afirmou Romário.

Cada deputado e senador conta com uma cota de até R$ 14,8 milhões para destinação anual em emendas parlamentares individuais, geralmente usados para reforçar elos com suas bases políticas, temáticas de atuação ou ações emergenciais. Pela manhã, Romário fez corpo a corpo com eleitores ao lado do senador Álvaro Dias (PR), candidato do Podemos à Presidência, na Central do Brasil.

— Estamos consternados com o que aconteceu. O museu era um patrimônio histórico, científico e cultural, não do só do Brasil, mas do mundo. O incêndio apagou séculos da nossa história e o trabalho de dezenas de pesquisadores. Sempre incentivei a ciência do país, enquanto parlamentar. Tenho a exata dimensão da importância de investirmos mais em todas essas áreas afetadas pelo incêndio — disse Romário.

Durante visita à 17ª DP, em São Cristóvão, a poucos metros do Museu Nacional, Garotinho (PRP) também fez comentários sobre o ocorrido. Sem se aprofundar em propostas, o candidato lamentou o descaso do governo com a cultura.

— É uma perda incalculável. Aquele acervo e toda quantidade de conhecimento acumulado ali não podem ser recuperados. Você pode até recuperar um prédio, mas não estamos tratando de prédio e, sim, de um bem cultural que foi destruído. Mostra o tamanho do desprezo dos governos de uma forma geral, estadual e federal, com a cultura do nosso estado — afirmou Garotinho.

MANIFESTAÇÃO

Tarcísio Motta (PSOL) se mobilizou com a militância do partido na entrada da Quinta da Boa Vista, onde fica o Museu Nacional, para um ato em apoio à instituição, na manhã desta segunda-feira. No início da tarde, uma bomba de efeito moral e spary de pimenta chegaram a ser jogados para dispersar a multidão, que reunia estudantes e professores e tentava forçar a entrada no local.

— Como historiador, estou consternado. Vamos firmar uma parceria com o governo federal para garantir a recuperação do prédio do Museu Nacional e de sua memória —, disse o candidato do PSOL.

Caso seja eleito, Motta disse que pretende desenvolver novos projetos pedagógicos de formação científica e cultural no Museu, envolvendo os alunos e professores das escolas estaduais.

— Não podemos deixar que essa absurda política de cortes de verbas do Temer destrua nossos patrimônios históricos. O Governo do Rio não pode ficar parado diante dessa tragédia. O cuidado com nossos museus é uma tarefa de todos — afirmou Tarcísio.

Após visita ao Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, o candidato Indio da Costa (PSD), disse que o episódio é “triste” e “lamentável”. Se eleito, disse que pretende fazer um trabalho de recuperação do museu junto com governo federal e assumiu o compromisso de que todos os equipamentos terão sua atenção.

— Esta notícia traz à tona a demonstração do poder público de nenhum apreço pela História do Brasil. Cria-se com grande publicidade um museu do amanhã, mas as autoridades não se preocupam em investir e manter o museu de ontem, que guarda a nossa memória, como era o caso do rico acervo do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista. O prejuízo é irrecuperável. A cultura merece respeito — disse Indio.

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