Bulimia e compulsão alimentar andam juntas. Entenda o porquê

Você sabia que a compulsão alimentar pode ser um transtorno? Sim, como a bulimia e anorexia, a compulsão pode estar dentro de um espectro chamado Transtornos Alimentares.

Os transtornos alimentares são alterações da saúde física e psicossocial resultantes do consumo ou da absorção alterada dos alimentos. Estima-se que cerca de 1% da população mundial (70 milhões de pessoas) sofra algum tipo de transtorno alimentar. É uma classe de transtornos mais frequente na população feminina e que se inicia com a adolescência ou começo da vida adulta.

A compulsão alimentar é caracterizada por uma ingesta alimentar sabidamente maior do que o esperado em um intervalo curto de tempo associada a uma sensação de não conseguir controlar o quanto come durante esse período (geralmente menor que 2 horas). A pessoa frequentemente se queixa de não controlar o quanto está ingerindo ou até de perder o controle durante essa ingesta.

Normalmente, alguns aspectos estão relacionados a essa ingesta alimentar excessiva, como se alimentar mais rapidamente do que o normal e comer grandes quantidades de alimento na ausência física de fome. Algumas pessoas comem até se sentir demasiadamente cheias, ou preferem comer sozinhas por vergonha levando a se sentir culpada e deprimida por esse hábito alimentar. Há pessoas que não sentem a perda de controle, mas que referem manter um padrão absoluto de ingestão excessiva, revela o MSN.

Essa compulsão se torna um transtorno psiquiátrico quando a pessoa sabidamente tem perdas funcionais, acontecem com frequência (1 vez por semana) e causam grande sofrimento. O que a diferencia de uma bulimia nervosa é que a pessoa não apresenta método compensatório inapropriado para essa ingesta excessiva.

Bulimia e compulsão alimentar

Mas o que é a bulimia? A Bulimia é um transtorno caracterizado pelos episódios de compulsão que descrevi acima associados a comportamentos compensatórios inadequados. Isto significa que a bulimia precisa necessariamente conter a compulsão alimentar, mas essa não precisa daquela para acontecer.

O indivíduo bulímico faz métodos compensatórios com o intuito de impedir o ganho de peso excessivo. Entre esses métodos purgativos, temos o uso de laxantes, a autoindução de vômitos, uso de medicamentos ou diuréticos e realização de atividades físicas vigorosas. Conheci casos de pacientes que faziam abdominais escondidas enquanto deitadas na cama para que ninguém as visse compensando essa ingesta.

As pessoas que sofrem desse transtorno têm toda uma autoavaliação influenciada pela sua forma física e peso. Existem casos leves, nas quais o comportamento compensatório ocorre de 1 a 3 vezes na semana, mas outros casos extremamente graves nos quais a pessoas faz métodos compensatórios maiores do que 14 vezes na semana.

Sendo um ou o outro transtorno, o tratamento é um conjunto de fatores. Como disse, acontece mais na população adolescente e adulto jovem. Nesse sentido, um acompanhamento com hebiatra (pediatra do adolescente) muitas vezes é necessário, bem como de um psiquiatra e um endocrinologista. Além desses médicos, é necessária a terapia individual e o acompanhamento com nutricionista.

Essa dinâmica toda justamente ocorre para que a pessoa veja alimentação de uma maneira mais saudável, consiga controlar esses métodos purgativos e compulsivos, além de trabalhar a autoestima e encontrar um peso adequado para esse indivíduo. Muitas vezes, é necessário que a pessoa também faça um tratamento medicamentoso para esse controle compulsivo.

18/04/2019

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo