Braskem, uma bomba relógio prestes a explodir em Maceió

Ao longo dos anos em Maceió, a instalação das unidades de exploração e processamentos do Salgema vem colocando em risco a saúde e a vida dos maceioenses. Em seis anos, pelo menos quatro situações causaram pânico aos moradores da capital. Após a mudança de nomes, a ameaça às pessoas agora se chama Braskem, empresa do grupo Oderbrecht.

O primeiro acidente ocorreu em 2011, quando um grande vazamento de cloro na sede da empresa petroquímica Braskem, causou uma nuvem de fumaça tóxica e levou 152 pessoas entre elas 22 crianças a superlotar o Hospital Geral do Estado. Nove delas permaneceram internadas em estado grave. Já no segundo acidente, uma tubulação se rompeu e atingiu com estilhaços cinco prestadores de serviço da Braskem.

Outro episódio que deixou a população em desespero foram os tremores que ocorreram em alguns bairros da cidade. Profissionais da área da química e física chegaram a afirmar que esses abalos sísmicos, que provocaram a abertura de crateras no solo e diversas rachaduras em casas e edifícios, seriam de responsabilidade da empresa Braskem.

De acordo com esses profissionais, os tremores ocorreram devido a um acomodamento perigoso de camadas das terras de superfície ocasionado por retirada da salgema, uma substância química semelhante à soda cáustica.

Eles afirmam que ações executadas pela empresa ao longo de décadas, teria provocado grandes ocos nas camadas profundas, resultando em desabamentos no subsolo.

Mesmo após meses dos tremores, os moradores do bairro do Pinheiro, vivem em estado de alerta. Alguns deles deixaram os apartamentos com medo de que as rachaduras tivessem comprometido a estrutura dos prédios.

No conjunto Divaldo Suruagy, foram ao todo mais de 270 vigas, espalhadas pelo hall do prédio e nos 12 apartamentos de um dos blocos do conjunto. As vigas não puderam ser retiradas, porque após o tremor, a estrutura da construção ficou apoiada nas vigas. Em um dos apartamentos, uma delas até entortou.

O grupo que procurou o MP representa 24 moradores do Conjunto Divaldo Suruagy. Todos desocuparam os imóveis por conta própria e reclamam da falta de explicações sobre a real situação do lugar que até a presente data segue sem um veredito final.

Possíveis acidentes como estes podem acontecer a qualquer momento, visto que a empresa fica localizada em uma área urbana. É necessário que a população viva sempre em estado de alerta, acidentes desse tipo tem sido cada vez mais frequente, colocando em risco não somente a vida dos cidadãos, mas também o meio ambiente.

Para compensar a degradação do meio ambiente e os riscos de acidentes a população a brasakem promove e banca financeiramente projetos sócio-ambientais, nos bairros de Bebedouro, Mutange, Bom parto, Trapiche da barra, Sobral e Pontal da barra.

A Braskem se instalou nos anos 70 em Maceió para ser uma indústria de produção cloroquímica. Inicialmente instalada à beira mar da área até então, considerada nobre da cidade. Na época da instalação, profissionais do meio ambiente chegaram a protestar contra a implantação da empresa em uma área de expansão urbana bastante promissora da cidade Entretanto a empresa venceu com o argumento de que a instalação de um polo geraria milhares de empregos – o que de fato, nunca se concretizou.

Jessyka Soares – Fotos: Cacá Santiago

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